Saiba mais sobre o voo que colidiu com helicóptero em Washington
Trump cortou comitê de segurança antes da tragédia

Na noite de quarta-feira (29 de janeiro de 2025), uma colisão fatal entre um helicóptero militar UH-60 Black Hawk e um jato comercial Bombardier CRJ700 deixou ao menos 18 vítimas fatais em Washington D.C., nos Estados Unidos. O acidente aconteceu nas proximidades do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, quando o jato da American Airlines, que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, estava se aproximando para o pouso. O helicóptero militar, com três soldados a bordo, estava realizando uma missão de rotina. Após o impacto, ambas as aeronaves caíram no gelado rio Potomac, em uma área próxima ao aeroporto.
Entre os passageiros do jato estavam patinadores artísticos dos Estados Unidos e da Rússia, incluindo os campeões mundiais Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, e a ex-patinadora Inna Volyanskaya, atualmente treinadora em Washington. A tragédia abalou profundamente o mundo da patinação artística, com o órgão US Figure Skating expressando sua devastação pela perda das vítimas, muitas delas atletas e treinadores que retornavam de um evento no Kansas.
O áudio do controle de tráfego aéreo capturado pelo site LiveATC.net, que registrou as comunicações antes, durante e após a colisão, revela a confusão e o caos vivido pelos controladores de voo e pelas tripulações. "PAT25, você tem um CRJ à vista? PAT25, passe atrás do CRJ", disse um controlador ao helicóptero. Minutos depois, o impacto foi confirmado: "Bateu, bateu, bateu, isso é um alerta três", alertou um dos controladores. O incidente deixou claro a gravidade da situação, com um dos controladores informando que a colisão ocorrera na aproximação para a pista 33 e que as operações no aeroporto seriam interrompidas por tempo indeterminado.
A tragédia ocorre em um contexto de mudanças recentes nas políticas de segurança aérea nos Estados Unidos. Sob a presidência de Donald Trump, o governo decidiu dissolver o Comitê Consultivo de Segurança da Aviação, um órgão criado após o atentado ao voo Pan Am 103, que tinha como missão fornecer recomendações cruciais sobre a segurança da aviação. A decisão de cortar os repasses ao comitê foi parte de uma série de medidas para revisar e cortar gastos, mas gerou preocupações entre especialistas que alertam sobre os riscos de enfraquecer as estruturas responsáveis pela segurança aérea. O comitê, que reunia representantes dos setores de aviação, sindicatos e vítimas de atentados, era fundamental para identificar falhas e propor melhorias nas normas de segurança, além de promover o monitoramento contínuo do setor.
As investigações sobre as causas da colisão já estão em andamento, com a Administração Federal de Aviação (FAA) e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) liderando os esforços. A falta de respostas imediatas levanta questões sobre a eficácia do sistema de segurança aérea, especialmente após os cortes no comitê consultivo, que desempenhava um papel essencial na análise de riscos.
Enquanto as equipes de resgate continuam a busca pelas vítimas, a tragédia coloca em foco os desafios da segurança na aviação e a necessidade urgente de fortalecer as estruturas que garantem a proteção de passageiros e tripulantes. Em um cenário onde o setor de aviação enfrenta um momento de incertezas, a perda de vidas humanas é um lembrete doloroso de que a vigilância constante e os investimentos em segurança não devem ser comprometidos.
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