Eleições 2024

RJ: candidatura de Alexandre Ramagem pode azedar

Um áudio de 1 hora e 8 minutos sobre como ajudar Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas está no relatório da Abin.


Reprodução RJ: candidatura de Alexandre Ramagem pode azedar
Bolsonaro e Ramagem se articularam para espionar o próprio país a seu favor

A situação já não estava boa para o clã Bolsonaro e seus asseclas e, agora, com a revelação da Abin Paralela pela Polícia Federal, tudo tende a piorar. Agora, o áudio encontrado no aparelho celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, registra Jair Bolsonaro, General Heleno e uma advogada de Flávio Bolsonaro discutindo estratégias de defesa do senador e filho mais velho do ex-presidente no caso das rachadinhas.

O áudio caiu como uma bomba no núcleo de extrema-direita e agora a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro corre sérios riscos.

“O senador Flávio Bolsonaro tem atuado para colocar panos quentes na situação, mas a relação de seu pai com o pupilo político Alexandre Ramagem azedou. Na campanha, a leitura é que o conteúdo do áudio terá o poder de ditar os rumos do pleito, inclusive a permanência de Ramagem na corrida eleitoral. É consenso que hoje o único ativo que o deputado tem é ser um homem de confiança de Bolsonaro e que, se isso acabar, mantê-lo na disputa para prefeitura do Rio será insustentável”, disse Malu Gaspar em O Globo.

O áudio citado está no relatório da PF sobre a Abin Paralela, responsável por espionar jornalistas, políticos e autoridades judiciais a mando dos Bolsonaro. A gravação de 1 hora e 8 minutos está sob segredo de Justiça, mas, de acordo com o relato, que veio à tona nessa quinta-feira (11), Ramagem foi responsável por realizar o monitoramento de três auditores da Receita Federal responsáveis pelo relatório que baseou a investigação contra Bolsonaro.

“Neste áudio, é possível identificar a atuação de Alexandre Ramagem indicando, em suma, que seria necessário a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objeto de anular a investigação, bem como retirar os auditores de seus respectivos cargos”, diz o relatório.

 A investigação da Polícia Federal concluiu que os assuntos tratados na conversa gravada se concretizaram e provam que a Abin paralela atuou para dar conta de interesses pessoais durante o governo Bolsonaro. Em 2020, um dos três auditores monitorados foi exonerado.

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