PT se divide sobre workshops com big techs
Integrantes do PT de Lula divergiram da decisão da Executiva do partido de recusar workshops oferecidos por big techs

O PT, liderado pelo presidente Lula, vive um novo momento de tensão interna. Parlamentares e dirigentes da legenda estão divididos sobre um convite feito por empresas de tecnologia para participar de workshops sobre o funcionamento de plataformas digitais.
De acordo com integrantes do partido, a Meta — empresa controladora do Facebook e do Instagram — procurou deputados e dirigentes petistas oferecendo oficinas que abordariam, entre outros temas, o uso do YouTube.
Entre os nomes abordados estão o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), e o senador Humberto Costa (PT-PE), atual presidente nacional do partido. A Meta também teria entrado em contato com integrantes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comandada por Sidônio Palmeira.
O convite foi discutido tanto entre membros da bancada petista na Câmara quanto pela Executiva Nacional do partido, mas não houve consenso.
Enquanto alguns parlamentares defendem a participação nos treinamentos, alegando que é importante compreender o funcionamento das plataformas, membros da direção partidária se opõem à ideia. Para estes, aceitar o convite significaria legitimar empresas que, segundo eles, contribuem para a disseminação de fake news e discursos de ódio.
Os defensores da participação, por sua vez, consideram a resistência da ala contrária uma postura “incoerente” e até “atrasada”, especialmente diante da crescente influência digital na política.
Bolsonaristas já participaram de workshops com big techs
Enquanto o PT debate, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, já realizou um seminário de comunicação com apoio de big techs. O evento ocorreu em 30 de maio e contou com a presença da Meta e do Google.
Segundo a Meta, o treinamento teve foco em boas práticas nas plataformas e faz parte de uma política de longo prazo da empresa. “Oferecemos esses encontros para capacitar equipes de partidos com representação no Congresso sobre o uso adequado das nossas ferramentas”, informou a empresa.
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