Política

PT, PV e PCdoB vão formar federação; PSB fica de fora e PSOL pode coordenar a campanha de Lula

Os entendimentos estão transcorrendo em ritmo intenso

  • quinta-feira, 10 de março de 2022

Foto: DivulgaçãoPartidos
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PT, PCdoB, PV e PSB se reuniram nesta quarta-feira (9) em mais uma rodada das negociações sobre a possível conformação de uma federação partidária. Documento divulgado após o encontro sinaliza que os socialistas devem ficar de fora da composição entre petistas, comunistas e verdes.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), Secretário-Geral do PT, divulgou em suas redes sociais o comunicado conjunto enviado pelas 4 legendas à imprensa. Nele fica evidente um distanciamento do PSB do projeto de federação.

"PT, PSB, PCdoB e PV reafirmam unidade em torno da candidatura Lula e derrota de Bolsonaro. PT, PCdoB e PV afirmam o propósito de construir a federação e continuam dialogando com o PSB em busca da sua participação", tuitou Teixeira.

No documento, os partidos reforçam a intenção de construir uma frente ampla nas eleições, mas sinalizam que não haverá uma unificação eleitoral entre os quatro. “Em resposta ao atual momento político, o PT, o PC do B, o PV decidem caminhar para construir a federação e continuarão dialogando com o PSB em busca de sua participação, bem como o envolvimento de outras legendas do nosso campo”, afirma nota.

O PSB deve compor chapa presidencial com o ex-presidente Lula (PT) através de uma coligação. O partido, inclusive, almeja ocupar a vice com o ex-governador Geraldo Alckmin, ainda sem partido.

PSOL

O PT também se reuniu ontem com lideranças do PSOL, para debater possível unidade na eleição presidencial, em torno da candidatura de Lula, e convergências no enfrentamento a Jair Bolsonaro. Trata-se da primeira reunião das duas legendas que se debruçou neste tema. 

O PSOL tende a apoiar a candidatura de Lula à presidência já no primeiro turno, o que seria inédito. Juliano Medeiros, presidente da sigla, afirmou que a reunião foi positiva e representou o "primeiro esforço de encontrar caminhos para a unidade". 

"Essa síntese para nós passa por um entendimento acerca do programa da candidatura do Lula, participação do PSOL na coordenação de campanha e também composição da chapa presidencial. Nesses três temas, senti que há abertura do PT para discutir", detalhou o dirigente. 

Sobre uma possível chapa com Lula e Geraldo Alckmin como candidato a vice, Juliano Medeiros relatou que "o PT se mostrou compreensivo com nossas ressalvas", salientando que as siglas vão aprofundar o "debate programático e também tarefas do PSOL em uma eventual campanha do Lula". 

Recentemente, o PSOL lançou a plataforma “Direito ao Futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil”, com propostas que a legenda considera essenciais para uma plataforma de campanha. Guilherme Boulos, pré-candidato pela legenda ao governo de São Paulo, disse que três pontos defendidos por seu partido foram apresentados ao PT: "revogação das reformas desde o golpe, reforma tributária e progressiva, taxação de fortunas, e uma agenda ambiental mais ousada". 

Segundo Boulos, sua legenda colocou "a importância da campanha ter uma mobilização mais forte, ir pra rua de uma forma mais rápida e se contrapor a esse ligeiro crescimento de Bolsonaro". 

Já a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), informou que outros temas, além da eleição nacional, foram debatidos. "Vamos agora reunir as fundações para tratar dos pontos programáticos e continuar a conversa sobre coligação nacional", disse, fazendo referência às fundações Lauro Campos e Marielle Franco, ligada ao PSOL, e Perseu Abramo, ligada ao PT. 

Participaram do encontro, além de Juliano, Boulos e Gleisi, os deputados federais Talíria Petrone (PSOL-RJ), José Guimarães (PT-CE) e Paulo Teixeira (PT-SP). 

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