Polícia e MP declaram inocente idosa presa por morte de crianças envenenadas
Ela foi injustamente presa por cinco meses sob acusação de envenenamento que resultou na morte de duas crianças em 2024, na cidade de Parnaíba (PI)
A Polícia Civil do Piauí declarou a inocência de Lucélia Maria da Conceição, uma idosa de 53 anos, que havia sido injustamente presa por cinco meses sob a acusação de envenenamento que resultou na morte de duas crianças em 2024, em Parnaíba (PI). A informação foi confirmada pelo advogado de defesa de Lucélia, doutor Sammai Cavalcante. A história gerou grande repercussão, pois, na verdade, os verdadeiros responsáveis pelas mortes eram os avós das vítimas.
Nesta segunda-feira (17), ocorreu a audiência de instrução e julgamento do processo. Durante a audiência, cinco testemunhas foram ouvidas. A primeira, Maria dos Aflitos, confessou à polícia que quem envenenou os irmãos foi Francisco de Assis, e não Lucélia. Em seguida, foi ouvido o delegado Abimael, que presidiu as investigações. Ele também confirmou a inocência de Lucélia, conforme explicou o advogado.
A defesa ressaltou que a Polícia Civil já havia declarado Lucélia inocente, conforme o parecer do Ministério Público. Com o desfecho da audiência, espera-se que a idosa seja absolvida pela Justiça nas próximas semanas, assim que os trâmites legais forem finalizados e a decisão formalizada pelo juiz.
Além disso, a defesa mencionou a solicitação de uma indenização de R$ 300 mil para a reconstrução da residência de Lucélia, que foi destruída por populares durante o período de sua prisão.
Lucélia Maria havia sido presa no dia 23 de agosto de 2024, suspeita de envenenar Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, com cajus. No entanto, ela foi libertada em 13 de janeiro de 2025, após o laudo pericial comprovar que não havia veneno nas frutas oferecidas às crianças.
Em janeiro de 2025, após o Réveillon, a mãe, o tio e três irmãos de Ulisses e João Miguel, além de outra mulher, morreram envenenados após comerem um baião de dois. As investigações revelaram que o crime foi premeditado e executado pelos avós das vítimas, Maria dos Aflitos e Francisco de Assis.
Segundo as investigações, Francisco teria envenenado as vítimas por desprezo e ódio pelos enteados. Ele se referia a eles de forma pejorativa e demonstrava incômodo com a presença deles na casa, onde moravam 11 pessoas. Maria dos Aflitos, por sua vez, alegou que cooperou com o crime por amor a Francisco.
O casal será responsabilizado por 23 crimes, sendo 11 cometidos por Maria dos Aflitos e 12 por Francisco de Assis. Eles tentaram incriminar Lucélia, aproveitando-se de sua doação de cajus às crianças.
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