Piauí elabora plano de contingência após crescimento de quase 500% nos casos de dengue
De janeiro a abril deste ano, o Piauí registrou 1.780 casos de dengue e 279 pessoas foram contaminadas pelo vírus da Chikungunya
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) esteve reunida com o Conselho de Secretário Municipais de Saúde (Cosems) para elaborar um plano de contingência contra as arboviroses, que são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A reunião ocorreu, nesta quinta-feira (07).
O Piauí apresentou um crescimento de 489,3% dos casos de dengue, em relação ao mesmo período de 2021. Também foram contabilizadas duas mortes pela doença em Teresina. Os números de Chikungunya também aumentaram em 3.009,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do boletim da 13ª Semana Epidemiológica de 2022.
“Atentos ao aumento exorbitantes dos casos de arboviroses em todos os territórios do Estado, chamamos o Cosems para esta reunião e elaboramos um plano de contingência para tentar frear o crescimento das doenças. Para isso também vamos precisar do apoio de toda população”, disse o secretário de Estado da Saúde, Neris Júnior.
Durante a reunião foram estabelecidas as seguintes medidas, que deverão ser adotadas pelos municípios e a Sesapi: atualização do plano de contingência 2022/2023; monitoramento in locodos municípios que estão sem atualização dos dados no sistema, que será realizado pela Sesapi; ajuste junto aos profissionais de saúde com relação ao diagnóstico/seguimentos das doenças; e definição de fluxos para a borrifação de locais com o alto índice de infestação do mosquito. "Estaremos levando nossas equipes até estas cidades que estão silenciosas com relação aos dados para podermos entender as dificuldades e auxiliá-lo, o que nos proporcionará um diagnóstico mais fiel da realidade das arboviroses em nosso Estado”, afirmou o secretário.
De janeiro a abril deste ano, o Piauí registrou 1.780 casos de dengue e 279 pessoas foram contaminadas pelo vírus da Chikungunya. “O que nossas equipes de vigilância epidemiológica estão observando também é uma mudança na sintomatologia dos pacientes infectados pelo mosquito, entre elas estão alterações nos exames que monitoram o funcionamento do fígado. Atentos a essa situação já informamos ao Ministério da Saúde, para início das investigações”, disse a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa.
Os cinco municípios com maior incidência a cada 100 mil habitantes são: Curimatá, São Pedro do Piauí, Antônio Almeida, Santa Filomena e Novo Santo Antônio. Já entre as cinco cidades com os maiores número de casos de dengue estão Teresina (424), Campo Maior (227), São Pedro do Piauí (197), Curimatá (166) e Piracuruca (107). Com relação à febre Chikungunya as cidades com maior incidência para 100 mil habitantes são: São Pedro, Oeiras, São Julião, Curralinhos, Alagoinhas do Piauí e Simplício Mendes.
Os dados sobre a situação das arboviroses no Piauí são extraídos através dos sistemas de informação do Ministério da Saúde, que é alimentado pelos municípios e são essenciais para a elaboração dos planos de enfrentamento à doença. Por isso o superintendente de Atenção à Saúde e Municípios Herlon Guimarães, lembra mais uma vez da necessidade dos gestores municipais de atualizarem os sistemas.
“Todos os nossos veículos utilizados como carro fumacê estão funcionando e à disposição das cidades, que fazem a solicitação e atendem os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, as regionais também contam com o produto químico que ajuda a disseminar a larva, mas para a disponibilização precisamos dos dados de cada município atualizado no sistema”, explica.
O secretário Neris Júnior alerta à população que é necessário que ela também faça a sua parte e evite a proliferação do mosquito Aedes Aegypti . “Queremos lembrar mais uma vez a nossa população, que ela é essencial no combate ao mosquito e precisamos que todos façam a sua parte. Limpem seus quintais, não deixem objetos que acumulem água parada e mantenham seus ambientes limpos e arejado. Só assim evitamos a proliferação do mosquito e suas consequências”, reforça o gestor.
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