O que esperar da primeira reunião com Galípolo no comando do Banco Central
Conselho de Política Monetária se reúne pela primeira vez no ano para definir a taxa básica de juros (Selic)

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça-feira (28) para definir a nova taxa básica de juros (Selic), sob a presidência de Gabriel Galípolo, nomeado por Lula para o comando do Banco Central (BC). A expectativa inicial de que Galípolo adotaria uma postura mais alinhada ao governo, que defende juros mais baixos para estimular a economia, enfrenta desafios devido a pressões externas e previsões de inflação mais alta. A valorização do dólar e a alta dos preços dos alimentos levaram o mercado a prever um aumento da Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano, marcando a quarta alta consecutiva e dando continuidade ao ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024.
Apesar da nova gestão, o Copom segue a política do BC de controle da inflação, baseada nas projeções do boletim Focus, pesquisa semanal feita com analistas do mercado financeiro. A decisão foi antecipada na última reunião, em dezembro de 2024, quando o comitê já sinalizou que elevaria a Selic no início de 2025, em resposta ao cenário externo e aos impactos do pacote fiscal do governo.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a utilização do boletim Focus como base para a decisão, apontando que o mercado financeiro errou em 95% das projeções no ano passado. A parlamentar questionou a confiabilidade das estimativas e a forma como elas influenciam as decisões sobre a taxa de juros.
O boletim Focus, divulgado na segunda-feira (27), trouxe novas previsões econômicas. O PIB foi revisado para cima, de 2,04% para 2,06%, enquanto a projeção da inflação subiu de 5,08% para 5,50%. O câmbio deverá permanecer estável, com o dólar cotado a R$ 6,00, e a Selic deve terminar o ano em 15%. A dívida bruta do setor público foi ligeiramente reduzida para 66,40% do PIB. O boletim Focus tem sido criticado por seu histórico de erros nas previsões, especialmente nas estimativas de crescimento econômico durante o governo Lula.
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