Internacional

Netanyahu tenta arrastar o Brasil para a crise de Israel. Flávio Dino responde!

Embaixador de Israel ataca Brasil e insinua que governo ajuda o Hezbollah


Foto: Montagem pensarpiauiDaniel Zonshine, Flávio Dino e Benjamin Netanyahu
Daniel Zonshine, Flávio Dino e Benjamin Netanyahu

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, de perfil extremista e que após ser ignorado pelo governo foi buscar apoio com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), numa reunião realizada na Câmara, ontem, com o líder radical e deputados da extrema direita, resolveu atacar diretamente o Brasil e fazer insinuações sobre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista ao diário carioca O Globo, Zonshine deu a entender que o grupo Hezbollah, baseado no Líbano, teria integrantes se infiltrando no Brasil “porque aqui há quem os ajude”.

“O interesse do Hezbollah em qualquer lugar do mundo é matar os judeus. Se escolheram o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”, afirmou o diplomata do Estado judeu.

Contrariado com a postura do governo liderado por Lula, que não apoiou Israel em sua empreitada que promove uma verdadeira matança de palestinos da Faixa de Gaza, a administração do primeiro-ministro de extrema direita Benjamin Netanyahu vem tentando arrastar o Brasil para o olho do furacão. Ainda ontem, uma confusa notícia de que a PF teria prendido pessoas no país que teriam relação com o Hezbollah, e que estariam planejando atentados contra a comunidade judaica daqui, gerou desconfiança entre especialistas no assunto. Até o Mossad, o temido serviço secreto israelense, veio a público e confirmou a tal história.

Zonshine já havia causado mal-estar e uma ligeira crise diplomática por conta de seu perfil extremista e estilo “sem noção”. A reunião de ontem no Congresso Nacional, ao lado de Bolsonaro e de parlamentares ultrarreacionários, com a desculpa de apresentar supostos “vídeos exclusivos” dos ataques do Hamas ao território de Israel em 7 de outubro, já gerou um grave descontentamento no Planalto e no Itamaraty, sobretudo porque internautas vêm pedindo a expulsão do embaixador israelense do território brasileiro.

Hoje o ministro da Justiça, Flávio Dino, usou a rede social X para falar da notícia de que a PF teria prendido pessoas no país que teriam relação com o Hezbollah. Veja o que ele escreveu:

1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.

2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento;

3.Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário;

4.Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas;

5.A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa;

6.As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional;

7.Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos;

8.Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras.

Com informações da Fórum e do X 

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