Religião

Janja e o papa Francisco: primeira dama solta a emoção

Janja se emociona ao recordar relação entre Papa Francisco e Lula: “Perdemos um amigo querido”


Janja e o papa Francisco: primeira dama solta a emoção
Janja e o papa Francisco

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, emocionou-se ao relembrar a relação próxima entre o papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada por trocas de cartas durante o período em que o petista esteve preso em Curitiba (PR). Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira (22), Janja relatou que Lula passou o dia anterior, segunda-feira (21), profundamente pensativo após receber a notícia da morte do pontífice, aos 88 anos. "Ele sentiu como se tivesse perdido um amigo querido e um companheiro de caminhada", disse.

Segundo Janja, Francisco foi um dos poucos líderes religiosos de projeção mundial que se manifestaram abertamente sobre o caráter político da prisão de Lula. “Não por acaso, a primeira viagem que meu marido fez após sair da prisão foi ao Vaticano, para encontrar o papa”, relembrou.

Ela também contou que o período de reclusão foi um dos mais difíceis para Lula, especialmente após a morte do neto, Arthur Araújo Lula da Silva, em 2019. Nesse momento de dor, o presidente decidiu escrever ao líder da Igreja Católica. A resposta do papa, segundo Janja, teve um impacto profundo: “A mensagem de Francisco foi essencial para que Lula reafirmasse que estava no caminho certo, na luta pelo reconhecimento de sua inocência”.

O último encontro entre Janja e o papa ocorreu em 12 de fevereiro deste ano, durante audiência no Vaticano. O encontro, segundo ela, foi carregado de emoção. Francisco havia deixado o hospital poucos dias antes e, ao recebê-la, pediu um momento a sós. “Ele me perguntou sobre a saúde do Lula, disse que havia acompanhado sua internação e rezado por sua recuperação”, relatou a primeira-dama. Em outubro de 2024, Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada e passou por cirurgia na cabeça, seguida de um novo procedimento em dezembro para drenar um hematoma.

Ao longo da entrevista, Janja destacou o papel político e espiritual de Francisco, definindo-o como “um líder essencial em tempos sombrios”. “Ele trabalhou incansavelmente por uma Igreja mais aberta, inclusiva e misericordiosa. Foi a voz dos pobres, dos marginalizados, e um farol de esperança para a humanidade”, afirmou.

Ela também compartilhou momentos marcantes de sua convivência com o pontífice. Em 2023, durante audiência no Vaticano, Janja presenteou o papa com uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré e falou sobre a importância do Círio, uma das maiores celebrações religiosas do Brasil. Em 2024, durante a cúpula do G7 na Itália, ela vestia um casaco bordado por mulheres palestinas, gesto que Francisco compreendeu de forma simbólica. "Na sua última aparição pública, ele dirigiu palavras ao povo de Gaza, reforçando seu compromisso com a paz."

Em fevereiro deste ano, a primeira-dama esteve novamente com Francisco, desta vez para tratar da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada por Lula na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. Francisco elogiou a iniciativa e reforçou a urgência de ações humanitárias globais.

O presidente Lula e Janja devem comparecer ao funeral em Roma.  Segundo o Palácio do Planalto, a comitiva oficial será anunciada nos próximos dias.

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