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Israel ataca Teerã e mata líderes iranianos em ofensiva; mundo teme guerra em larga escala

Israel bombardeia Teerã, atinge instalações nucleares e mata líderes iranianos. Irã promete retaliação e tensão cresce no Oriente Médio.


Reprodução/Reuters Israel ataca Teerã e mata líderes iranianos em ofensiva; mundo teme guerra em larga escala
O chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami

Em uma ofensiva militar de grandes proporções, Israel lançou nesta quarta-feira (12) um ataque aéreo contra alvos estratégicos em Teerã, capital do Irã. As explosões ocorreram na região nordeste da cidade e deixaram colunas de fumaça visíveis a quilômetros de distância. A ação, não confirmada oficialmente por Israel, foi revelada por fontes da inteligência dos Estados Unidos e marca uma das mais graves escaladas de tensão entre os dois países nos últimos anos.

De acordo com autoridades militares israelenses, a operação teve como foco instalações nucleares e bases militares iranianas. Entre os alvos atingidos estão a usina de Natanz — centro do programa de enriquecimento de urânio do país —, estruturas ligadas ao sistema de mísseis balísticos e centros de comando da Guarda Revolucionária.

O Irã confirmou a morte de importantes figuras de seu alto escalão militar, incluindo o comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e o general Gholam Ali Rashid. Também foram mortos seis cientistas nucleares, entre eles Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi, ambos com papéis centrais no desenvolvimento do programa nuclear iraniano.

O ataque ocorre em um momento delicado para o Irã, que acumula urânio enriquecido suficiente para fabricar ogivas nucleares em poucos dias, segundo estimativas de inteligência israelense e americana. Israel justifica a ofensiva como uma ação preventiva para conter o que considera uma ameaça existencial.

Poucas horas após os bombardeios, o Irã lançou cerca de 100 drones contra o território israelense. O exército israelense informou que iniciou a interceptação das aeronaves ainda fora de suas fronteiras e mantém seus sistemas de defesa aérea em alerta máximo. Sirenes de emergência soaram em todo o país, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog foram levados a locais protegidos.

“Atingimos o alto comando, atingimos cientistas de alto nível que impulsionam o desenvolvimento de bombas atômicas, atingimos instalações nucleares”, declarou Netanyahu. “A operação seguirá por quantos dias forem necessários”, acrescentou.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, decretou estado de emergência nacional e ordenou o fechamento imediato do espaço aéreo do país. A Jordânia também fechou seu espaço aéreo, e voos sobre Israel, Irã, Iraque e regiões próximas foram suspensos ou desviados por companhias internacionais.

A ofensiva israelense ocorreu após semanas de preparativos e foi acompanhada por ações secretas do Mossad, o serviço de inteligência israelense, que, segundo fontes, desestabilizou sistemas de defesa aérea e centros de comando iranianos. A operação foi batizada de “Leão Crescente” e envolveu mais de 200 caças.

Do lado iraniano, a resposta foi imediata. “O regime sionista cruzou todas as linhas vermelhas. Não há limites para nossa resposta”, afirmou o Estado-Maior das Forças Armadas do Irã. O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, prometeu um “destino amargo” para Israel.

Em comunicado, o porta-voz militar iraniano Abolfazl Shekarchi declarou que “o mundo agora entende melhor a insistência do Irã em manter seu direito ao enriquecimento de urânio, à tecnologia nuclear e ao desenvolvimento de mísseis”.

A escalada militar acontece às vésperas de uma nova rodada de negociações entre Estados Unidos e Irã sobre o programa nuclear iraniano, prevista para domingo (14), em Omã. Com a ofensiva, o diálogo foi suspenso indefinidamente.

Os Estados Unidos, embora tenham sido informados previamente sobre o ataque, negam envolvimento direto. O presidente Donald Trump convocou uma reunião de emergência com o Conselho de Segurança Nacional e pediu “moderação” às partes. O secretário de Estado, Marco Rubio, alertou o Irã a não atacar bases americanas no Oriente Médio.

A repercussão internacional foi imediata. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “contenção e retorno urgente à diplomacia”. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também apelou por uma “redução imediata das tensões”.

O mercado internacional reagiu com nervosismo. O preço do petróleo subiu mais de 12% após os ataques, refletindo o temor de um conflito prolongado na região.

Apesar da gravidade da situação, o governo iraniano afirmou que os ataques à usina de Natanz não provocaram vazamento nuclear, segundo o vice-comandante da polícia da província de Isfahan, citado pela agência estatal IRNA.

O momento é de incerteza no Oriente Médio. O confronto direto entre Israel e Irã, agora em plena execução, pode desencadear uma guerra de grandes proporções, com consequências imprevisíveis para a estabilidade regional e para o equilíbrio geopolítico global.

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