Interpol põe Zambelli na lista vermelha, ela é caçada em 196 países
Deputada de extrema direita fugiu do Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão

A Interpol incluiu a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a medida, a parlamentar poderá ser presa ao entrar ou circular por qualquer um dos 196 países-membros da organização internacional.
A decisão consta de despacho assinado por Moraes, na última quarta-feira (4), no qual o ministro também determinou a prisão preventiva de Zambelli, o bloqueio de seus bens e o encerramento de seus perfis em redes sociais.
A solicitação foi feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a deputada anunciar, na terça (3), que havia deixado o Brasil. Menos de um mês antes, ela foi condenada por unanimidade a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF.
No documento enviado ao Supremo, a PGR afirmou que o objetivo do pedido não é antecipar o cumprimento da pena, mas sim “assegurar a devida aplicação da lei penal”.
A decisão de Moraes determina o bloqueio dos passaportes da deputada, seu salário como parlamentar, veículos, imóveis, contas bancárias, ativos financeiros e quaisquer bens registrados em seu nome, incluindo embarcações e aeronaves. Transferências via Pix também estão proibidas.
O ministro do STF ainda notificou as plataformas Gettr, Meta, TikTok, X, Telegram, YouTube e LinkedIn para que excluam os perfis de Zambelli em até duas horas. Em caso de publicações em contas próprias ou de terceiros, a multa estipulada é de R$ 50 mil por dia.
A inclusão de Zambelli na lista marca uma mudança de postura da Interpol, que havia rejeitado anteriormente dois pedidos semelhantes envolvendo bolsonaristas.
Nos últimos anos, a organização internacional negou a inclusão de Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio na difusão vermelha. Ambos haviam sido alvos de mandados de prisão expedidos pelo STF por diferentes crimes, mas os pedidos foram barrados durante a análise interna da Interpol. A organização alegou falta de informações e também a existência de pedidos de asilo político.
Em ofício enviado ao gabinete de Moraes, o coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal, Fábio Mertens, lembrou que a Interpol não inclui na lista vermelha pessoas com solicitações de refúgio ou asilo político em outros países.
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