Fifa não quer interferência da Justiça e ameaça CBF com suspensão da seleção e de clubes brasileiros
Tanto a Fifa como a Conmebol não reconhecem José Perdiz como o interventor de direito da instituição
Fórum - A Fifa e a Conmebol não estão nem um pouco contentes com a crise política que toma a CBF de assalto e que teve, recentemente, o afastamento do presidente da entidade Ednaldo Rodrigues por decisão judicial. Em nova carta, a entidade máxima do futebol proíbe a CBF de realizar eleições sem sua supervisão e ameaça com a suspensão da seleção e de clubes brasileiros de competições internacionais em caso de não cumprimento.
Tanto a Fifa como a Conmebol não reconhecem José Perdiz como o interventor de direito da instituição, nomeado após a deposição de Rodrigues. A principal reclamação é que Perdiz estaria articulando eleições em até 30 úteis, solicitando à Justiça a nomeação de diretoria interina. Mas para a Fifa, essa interferência da Justiça, externa em relação ao mundo do futebol, é uma espécie de heresia.
No documento a Fifa também informa que virá ao Brasil no próximo dia 8 de janeiro para tratar das eleições que vão eleger o novo mandatário da CBF. E que essas eleições precisam dos avais da Fifa e da Conmebol, a confederação sul-americana.
"Como previamente informado para a CBF, a Fifa e a Conmebol vão despachar uma missão conjunta para o Brasil durante a semana do dia 8 de janeiro para encontrar com os respectivos envolvidos, examinar a atual situação e trabalhar juntamente para achar uma solução para o atual estado do tema com respeito a aplicação das regras da CBF e da sua autonomia. A Fifa e a Conmebol gostariam de enfatizar fortemente que, antes que essa missão ocorra, nenhuma decisão afetando a CBF, incluindo eleições ou marcação de eleição, deve ser tomada. Se isso não for respeitado, a Fifa não terá outra opção mas submeter o assunto para seu relevante órgão de decisões para considerar e decidir, o que pode também incluir uma suspensão", diz trecho da carta.
A carta foi redigida por Kenny Jean-Maria, representando a Fifa, e por Monserrat Jiménez Granda, representando a Conmebol. Como destinatário está o já destituído Alcino Reis, ex-secretario geral da CBF.
"Se a CBF eventualmente for suspensa pelo corpo relevante da Fifa, ela iria perder todos os seus direitos como membro com efeito imediato até a suspensão ser levantada pela Fifa. Isso também significaria que o representante da CBF e de clubes não poderiam mais participar de qualquer competição internacional enquanto a CBF estiver suspensa. Além disso, nem a CBF nem os seus membros iriam se beneficiar de programas de desenvolvimento, cursos ou treinos com a Fifa e/ou a Conmebol enquanto essa suspensão estiver válida," finaliza a carta.
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