Política

Federação de hotéis, restaurantes e bares vai entrar na Justiça por prejuízos com apagão em SP

Mais de 502 mil estabelecimentos do setor está localizada nas áreas afetadas pela falta de energia.


Federação de hotéis, restaurantes e bares vai entrar na Justiça por prejuízos com apagão em SP
O apagão de SP, Tarcísio de Freiras, Ricardo Nunes e Bolsonaro

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) anunciou que tomará medidas judiciais contra a Enel, responsabilizando a concessionária pelos prejuízos causados ao setor em razão do apagão que afeta a capital paulista desde a última sexta-feira (11), após um forte temporal. A chuva intensa atingiu a Grande São Paulo por volta das 19h30 daquele dia. Até as 18h40 de sábado, aproximadamente 750 mil clientes (de um total de 2,1 milhões afetados) tiveram o fornecimento de energia restabelecido. No entanto, cerca de 1,35 milhão de clientes ainda permaneciam sem eletricidade, conforme informações da Enel.

Em comunicado, a federação destacou que dos mais de 502 mil estabelecimentos do setor que ela representa, metade está localizada nas áreas afetadas pela falta de energia.

De acordo com a Federação, a ação judicial é necessária devido aos prejuízos milionários sofridos pelos estabelecimentos gastronômicos. O apagão impediu o funcionamento de bares e restaurantes, que ficaram sem condições de operar.

"Infelizmente, o impacto vai além da perda do faturamento diário. Além de não poderem abrir as portas por estarem sem energia, esses estabelecimentos não têm como conservar suas matérias-primas. Sem energia, não há como utilizar geladeiras ou freezers, o que leva à deterioração de produtos perecíveis. O prejuízo é enorme. Segundo a imprensa, a Enel ainda não tem um prazo definido para o restabelecimento do serviço. E quem irá arcar com os prejuízos dos nossos associados?", questionou Edson Pinto, diretor-executivo da Federação.

Este é o segundo grande apagão que afeta os setores de Turismo e Alimentação no estado de São Paulo. Em novembro do ano passado, um blecaute na capital e na região metropolitana causou perdas de R$ 500 milhões ao setor, segundo a Fhoresp.

"A Federação colocará seu Departamento Jurídico à disposição dos associados. O primeiro passo será notificar a Enel, seguido de ações judiciais individuais para reivindicar indenizações, tanto da Enel quanto de outras concessionárias que atuam na capital, na região metropolitana e em cidades do interior", concluiu a entidade.

De quem é a culpa?

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), respondeu às críticas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que havia utilizado as redes sociais para responsabilizar o governo federal pela concessão de energia elétrica em São Paulo, gerida pela Enel.

“Gostaria de lembrar ao governador Tarcísio de Freitas que a atual composição da ANEEL, responsável pela fiscalização da Enel, foi nomeada pelo governo anterior, do qual ele fez parte como destacado integrante”, afirmou Silveira em sua publicação no X (antigo Twitter).

O ministro destacou ainda que a Aneel, sob a direção de Sandoval de Araújo Feitosa Neto, nomeado por Jair Bolsonaro e que assumiu o cargo em 2022, não puniu nem realizou uma fiscalização adequada sobre a Enel.

Silveira acrescentou que “não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a omissão da agência deve ser investigada pelos órgãos de controle”.

Cadê o Ricardo Nunes?

O prefeito, usou as redes sociais para tentar mostrar serviços e criticar terceiros. Nunes, começou as postagens na noite de sexta-feira enfatizando o trabalho de equipes da prefeitura nas ruas e mudou o tom já na madrugada deste sábado (12/10), responsabilizando a Enel pelo caos na cidade.

O candidato a reeleição fez publicações mostrando locais onde funcionários da Defesa Civil atuavam na remoção de árvores e galhos caídos. “Paciência, né, pessoal, esses ventos muito fortes acabaram derrubando árvores, gerando problema, mas estamos aqui com toda a equipe”, disse em um vídeo.

Ele também citou a compra de caminhões para a Defesa Civil, que estavam contribuindo para os trabalhos que classificou como uma “pronta-resposta” da prefeitura.

“A Enel está dando problema novamente”, disse em outro vídeo. O prefeito explicava, nas postagens, que a prefeitura dependia da presença de funcionários da empresa, seja para desenergizar a rede e permitir a retirada de galhos, seja para retomar o fornecimento de energia.Sobre os semáforos sem funcionar na cidade, disse: “118 apagados por fala de energia, culpa da Enel e não da prefeitura”.

Ricardo Nunes, que é candidato à reeleição em SP, com o apoio de Bolsonaro, só não disse que a ANEEL, responsável pela fiscalização da Enel, teve a direção indicada pelo ex-presidente que agora lhe apoia. 

Criticas 

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, criticou neste domingo, em rede social, a inoperância da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diante do apagão da Enel, distribuidora da cidade de São Paulo. 

Importante lembrar: 1) a diretoria da Aneel, agência “autônoma” que manteve a desastrosa concessão da Enel, apesar do apagão de 2023, foi nomeada por Jair Bolsonaro, chefe de Tarcísio e de Ricardo Nunes; 2) quem entregou a Eletrobrás foi Bolsonaro, e Tarcísio entregou a Sabesp; 3) sempre fomos contra a privatização de energia e água. São Paulo está colhendo os frutos que esse pessoal plantou! É hora da mudança”, escreveu a deputada federal.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) usou sua conta na rede social X para criticar duramente a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia em diversos estados do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. "A Enel é uma porcaria e já deu demonstrações de sobra disso. Bora pegar de volta! Agora é a hora de reestatizar o serviço de distribuição de energia. Não é só São Paulo não, essa péssima empresa tá no Rio também. Reestatiza que melhora!!!", afirmou Glauber na postagem, publicada nesta semana.




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