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Estudantes de História da Uespi produzem vídeos sobre trajetórias negras, indígenas e educacionais

Os vídeos estão disponíveis no canal “Ouvindo a História” no YouTube, criado em 2021 durante a pandemia para divulgar produções audiovisuais do curso


Reprodução Estudantes de História da Uespi produzem vídeos sobre trajetórias negras, indígenas e educacionais
Trajetórias negras, indígenas e educacionais

Alunos do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus de São Raimundo Nonato, desenvolveram uma série de vídeos biográficos com o objetivo de divulgar e valorizar as trajetórias de personagens negros, indígenas e educadores. A produção foi realizada no primeiro semestre de 2025, como parte das atividades das disciplinas “História do Brasil Monárquico” e “História da Educação Brasileira”, ministradas pela professora Cristiane Maria Marcelo.

Os vídeos estão disponíveis no canal “Ouvindo a História” no YouTube, criado, em 2021, durante a pandemia para divulgar produções audiovisuais do curso. Segundo a professora Cristiane Maria Marcelo, a iniciativa surgiu da preocupação em oportunizar aos estudantes o desenvolvimento de habilidades e competências úteis para sua atuação profissional futura.

“Acredito que os vídeos podem ser usados em sala de aula, pois as fontes audiovisuais são cada vez mais utilizadas como estratégia didática para chamar a atenção e mediar o processo de aprendizagem dos alunos da educação básica”, afirma.

Na disciplina sobre o Brasil Monárquico, os discentes foram incentivados a escolherem personagens negros ou indígenas do século XIX. Já na disciplina de História da Educação, puderam abordar instituições ou figuras relevantes do campo educacional. Cada vídeo foi acompanhado por um trabalho escrito, promovendo a integração entre teoria e prática.

O projeto também teve impactos significativos na formação dos alunos. “A produção exigiu que os estudantes mergulhassem em pesquisas bibliográficas e buscassem fontes diversas sobre trajetórias até então desconhecidas. Além disso, eles precisaram aprender técnicas básicas de edição de vídeo e elaboração de roteiros atrativos”, destaca a docente. Para ela, essas competências são fundamentais na formação de professores preparados para os desafios da contemporaneidade, especialmente diante da crescente presença do audiovisual no ambiente escolar.

Entre os personagens retratados estão figuras como Maria Felipa de Oliveira, Maria Firmina dos Reis, Paulo Freire, Ariston Dias Lima, Damiana da Cunha e Chiquinha Gonzaga. Para Cristiane Maria Marcelo, trazer à tona essas histórias é uma forma de ampliar a representatividade no ensino de História: “Divulgar a trajetória destes homens e mulheres que ousaram romper os grilhões da dominação ou que perceberam a educação como um caminho de transformação social é essencial para que nos sintamos representados. É através de exemplos como estes que sujeitos historicamente marginalizados se enxergam, se inspiram e se sentem validados”.

A aluna Débora dos Santos, do primeiro bloco do curso de História, participou da produção do vídeo sobre o professor Ariston Dias Lima, educador reconhecido no município. Para ela, a experiência foi transformadora: “Estudar a trajetória do professor Ariston Dias Lima me fez perceber a importância de valorizar quem constrói conhecimento. Pude observar o tamanho da contribuição dele para a educação aqui no município e o quanto ele fez a diferença. Aprendi muito mais sobre ele do que conseguiria apenas lendo um texto; mergulhei na sua vida, nas suas ideias e no impacto que teve na área em que atuou”, relata.

A discente também destaca o aprendizado envolvido no processo de produção: “Aprendi a pesquisar de forma mais aprofundada, a organizar as informações e, principalmente, a olhar para a História com mais sensibilidade. Foi a primeira vez que desenvolvemos um trabalho desse tipo. Então, foi desafiador”.

Já a aluna Bárbara Rodrigues, do 4º bloco, participou da produção sobre Maria Felipa de Oliveira, mulher negra e ex-escravizada que atuou na luta pela independência da Bahia. Para ela, o projeto ampliou a compreensão sobre vozes historicamente silenciadas: “Esse projeto fez com que eu e meus colegas enxergássemos essas personalidades negras e indígenas de uma forma muito mais profunda. A escola tradicional foca em figuras brancas e ligadas ao poder, e acabamos não conhecendo as trajetórias de pessoas negras, indígenas e das camadas populares que resistiram, produziram saberes e marcaram a história do Brasil”, comentou a estudante.

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