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Estelionato, abusos e agressões: quem foi o fundador da Bola de Neve que morreu em SP

Morreu após sofrer um grave acidente de moto


Reprodução Estelionato, abusos e agressões: quem foi o fundador da Bola de Neve que morreu em SP
Estelionato, abusos e agressões: quem foi o fundador da Bola de Neve que morreu em SP

O apóstolo Rina, ex-surfista e fundador da Igreja evangélica Bola de Neve, faleceu no domingo (17) após sofrer um grave acidente de moto no interior de São Paulo. Ele tinha 52 anos.

Rina foi o criador da Bola de Neve em 1994, uma igreja que surgiu após uma experiência pessoal de superação. No início dos anos 1990, o apóstolo recebeu um diagnóstico de hepatite grave, o que ele descreveu como "a existência real do inferno". Após sua recuperação, decidiu dedicar sua vida à pregação do evangelho e à disseminação da salvação. Em 1993, começou a organizar encontros que mais tarde se transformaram na igreja oficial, fundada em 1999 no bairro do Brás, em São Paulo.

Antes de criar a Bola de Neve, Rina foi membro da Igreja Renascer em Cristo, onde atuou como líder do Ministério de Evangelismo e organizou eventos voltados aos jovens. O nome "Bola de Neve" foi escolhido para simbolizar a ideia de algo pequeno que, com o tempo, cresce e se torna grandioso, assim como uma bola de neve. Nos primeiros cultos, um dos elementos marcantes foi o uso de uma prancha de surfe como púlpito, conectando Rina ao esporte que praticava.

Com o tempo, a Igreja Bola de Neve se expandiu significativamente, chegando a mais de 560 unidades em 34 países. A igreja atraiu um público diversificado, incluindo celebridades como o surfista Gabriel Medina e João Lucas, genro da apresentadora Xuxa. Além de líder religioso, Rina também era escritor, tendo publicado livros sobre religião e autoconhecimento.

Controvérsias e problemas pessoais

Apesar do crescimento da igreja, a trajetória de Rina foi marcada por diversas polêmicas. Em 2024, ele foi afastado de suas funções após denúncias de agressão contra sua esposa, a pastora Denise Seixas. As acusações envolviam violência física e psicológica, além de ameaças, o que resultou na concessão de uma medida protetiva e na apreensão de uma arma em sua posse. Denise também relatou episódios recorrentes de agressões verbais e físicas durante o casamento.

O caso ganhou grande repercussão quando Nathan Gouvea, filho de Denise de um relacionamento anterior, divulgou um vídeo expondo agressões que teria sofrido de Rina durante sua infância e adolescência, além de alegações de que o apóstolo tentava internar a mãe contra sua vontade.

Além dos problemas familiares, Rina enfrentou críticas por sua administração da igreja. Em 2024, ex-membros da Bola de Neve denunciaram casos de fraude envolvendo doações destinadas a projetos sociais. Márcio Bieda e Thiago Santana acusaram a liderança da igreja de desviar valores arrecadados para ajudar mulheres carentes, que foram usados para financiar empreendimentos pessoais ligados à direção da igreja.

Fraude e estelionato

Além dos problemas familiares, Rina enfrentou críticas relacionadas à administração da Bola de Neve. Acusações de fraude em doações destinadas a projetos sociais vieram à tona em uma live transmitida por ex-membros da igreja. Márcio Bieda e Thiago Santana denunciaram que valores arrecadados para ajudar mulheres carentes foram desviados para financiar empreendimentos pessoais ligados à liderança da instituição.

“Recebi várias denúncias de pessoas dizendo que doaram para um instituto que supostamente ajudaria mulheres carentes a se tornarem empreendedoras. Vamos ver no que esse instituto se transformou”, disse Bieda. Segundo ele, o local agora é um salão de alto padrão, sem ligação com atividades sociais.

Morte trágica

No dia de sua morte, Rina participava de um passeio do motoclube Pregadores do Asfalto, ligado à Igreja Bola de Neve. Durante o trajeto na Rodovia Dom Pedro, ele perdeu o controle da moto e sofreu múltiplas fraturas. O apóstolo foi levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, mas não resistiu aos ferimentos.

A notícia de sua morte gerou grande comoção entre líderes religiosos e membros da igreja. O ex-vocalista do Oficina G3, Luciano Manga, lamentou a partida de seu amigo de longa data, enquanto Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, ofereceu palavras de conforto à família, ressaltando a importância da fé neste momento de dor.

A partida de Rina deixa um legado religioso significativo, mas também um histórico marcado por controvérsias e desafios pessoais.

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