Eduardo tenta justificar fiasco de Bolsonaro no STF, é criticado e apaga tuíte
Julgamento de Bolsonaro pode ocorrer até setembro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentou transformar em estratégia política o constrangimento causado por seu pai, Jair Bolsonaro, durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana. O ex-presidente, investigado por tentativa de golpe de Estado, surpreendeu ao insinuar que o ministro Alexandre de Moraes — seu principal algoz na Corte — poderia ser seu vice em uma eventual candidatura à Presidência em 2026.
A declaração, vista como absurda até por aliados, foi recebida com perplexidade. Nas redes sociais, Eduardo tentou minimizar o episódio, afirmando que se tratava de uma ironia. “Qualquer pessoa com dois neurônios entendeu a ironia da fala do presidente Bolsonaro”, escreveu no X (antigo Twitter). “A última pessoa no planeta que seria escolhida para vice dele seria o Moraes. Ele apenas usou a oportunidade para mostrar que será candidato à presidência em 2026.”
Em outro trecho da postagem, Eduardo comparou a fala a uma espécie de "piada com plot twist", cuja graça dependeria do entendimento do contexto. A tentativa de contornar o desgaste, no entanto, foi mal recebida por bolsonaristas mais radicais, que não pouparam críticas ao deputado. Diante da repercussão negativa, Eduardo apagou o tuíte.
Entre os críticos, destacou-se o empresário foragido Paulo Figueiredo, figura próxima ao clã Bolsonaro, que demonstrou decepção com a conduta do ex-presidente durante o depoimento. Ele chegou a afirmar que Bolsonaro deveria ter se comportado como “Cristo no Calvário”.
O mal-estar nas redes ocorre em meio ao avanço das investigações sobre a trama golpista de 8 de janeiro. O ritmo acelerado dos depoimentos e diligências conduzidos pela Polícia Federal e pelo STF indica que o julgamento de Jair Bolsonaro poderá ocorrer ainda em 2025. Ministros da Corte e juristas veem como plausível uma eventual ordem de prisão a partir de setembro.
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