“Edinho Silva não serve para ser presidente do PT. Ele é um desastre para o Partido”, diz Valter Pomar

O historiador e dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, foi o entrevistado do jornalista Oscar de Barros no portal Pensar Piauí. A conversa começou com um tema pessoal e marcante: a história de sua família, especialmente o assassinato de seu pai, Pedro Pomar, pela ditadura militar brasileira. O relato foi motivado pelo contexto do filme Ainda Estou Aqui, que resgata memórias de perseguição política no país.

Ao longo da entrevista, Pomar também refletiu sobre a ascensão da China como potência global. Considera a experiência chinesa “muito interessante”, mas faz um alerta: “não pode ser copiada”. Para ele, o modelo chinês é fruto da revolução de 1949, que expropriou a velha burguesia e, a partir de 1978, optou por construir uma nova burguesia com o objetivo de enfrentar o capitalismo. Um dos elementos que mais chama sua atenção é o fato de o sistema financeiro chinês ser controlado pelo Estado, sem a presença de grandes bancos privados.

Pomar também fez críticas à política industrial brasileira, defendendo que o país precisa retomar com urgência o processo de industrialização, com forte indução estatal. “O Brasil precisa de um Estado que puxe esse processo”, afirmou.

Sobre as eleições internas do PT, adiadas em 2023, Pomar foi direto: “foi um erro”. Apesar de considerar o processo eleitoral petista “infinitamente superior” ao dos demais partidos, ele aponta problemas recorrentes como a influência das máquinas partidárias, abuso de poder econômico e filiações sem critérios. “Essa eleição não pegou”, disse, destacando o baixo engajamento da base militante no processo atual.

Na disputa interna, defendeu a necessidade de uma liderança nacional com perfil militante e disposição para transformar tanto o governo quanto o partido. Foi duro ao criticar seu principal adversário na disputa: “Edinho não serve para ser presidente do PT. Ele é um desastre para o Partido”.

Pomar concluiu a entrevista com uma advertência: derrotar o neofascismo deveria ser a missão central do governo, mas essa tarefa, segundo ele, ainda está longe de ser cumprida.

Confira a seguir o vídeo completo da entrevista e mais detalhes sobre os temas abordados por Valter Pomar.

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