Desesperado, Bolsonaro delira com teoria da conspiração
Demonstra confusão mental e recorre a associações desconexas

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado sinais crescentes de desespero e até confusão mental diante da possibilidade real de ser preso. Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, ele tem intensificado nas redes sociais a disseminação de teorias conspiratórias cada vez mais desconexas.
Nesta quinta-feira (3), Bolsonaro publicou um vídeo da Jovem Pan News que "noticiava" que o Ministério da Defesa de Israel teria identificado uma suposta ligação entre a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e o financiamento de "grupos terroristas" por meio de um banco digital. No entanto, o vídeo não especifica quais seriam esses grupos, nem apresenta qualquer evidência concreta.
A publicação de Bolsonaro parece ter como único objetivo confundir e inflamar sua base mais radical, utilizando um enredo que conecta, de forma arbitrária, Israel, "terroristas" e o PCC. Essa estratégia se alinha ao comportamento recente do ex-presidente, que tenta desviar o foco das investigações no STF através de narrativas caóticas.
Uma das táticas recorrentes da extrema direita bolsonarista tem sido tentar associar, sem qualquer base factual, o ministro Alexandre de Moraes – relator do inquérito do golpe – à facção criminosa PCC. Embora Bolsonaro não mencione o magistrado diretamente, o tom da publicação sugere que seus seguidores possam estabelecer essa ligação de forma insinuada, alimentando suspeitas infundadas e reforçando a retórica de perseguição política.
Em um trecho contraditório de sua publicação, Bolsonaro critica práticas como o "assassinato de opositores políticos, a supressão dos direitos das mulheres, o terrorismo e a execução de homossexuais por sua simples opção sexual" – mesmo sendo amplamente reconhecido por suas declarações homofóbicas, misóginas e autoritárias ao longo de sua carreira política.
Ele afirma: "Acreditar que os acontecimentos do outro lado do mundo não impactam o que ocorre aqui é um grande equívoco – ou até mesmo má-fé por parte de quem transmite essa ideia. O assassinato de opositores políticos, a supressão dos direitos das mulheres, o terrorismo e a execução de homossexuais por sua simples opção sexual são práticas comuns entre aqueles que enxergam a cultura ocidental como algo a ser eliminado. O caos para a dominação via pessoas subjugadas!"
Em tom ainda mais delirante, Bolsonaro tenta se creditar pelos avanços no combate à criminalidade, afirmando: “Por fim, vale sempre lembrar que reduzimos de forma histórica os índices de assassinatos em nossa gestão, obviamente incluindo homens, mulheres, LGBTs, e etc., além de batermos o recorde de apreensão de drogas em 4 anos.”
A escalada do discurso conspiratório de Bolsonaro ocorre em meio a derrotas jurídicas e seu isolamento político. Em vez de apresentar argumentos técnicos para se defender, o ex-presidente aposta em distorções e narrativas de guerra cultural, reforçando o radicalismo de seus apoiadores.
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