Cristina Serra: o desabafo de uma jornalista candidata
Ela usou o facebook para dizer o que está acontecendo
Por Cristina Serra, jornalista, no facebook
A verdade, os fatos e o bom combate!
Como alguns de vocês sabem, sou candidata à presidência da centenária ABI (Associação Brasileira de Imprensa), tendo como vice a querida Helena Chagas. As eleições serão no fim de abril.
O que poucos sabem, e conto agora, é que desde o anúncio da nossa cabeça de chapa, tenho sido alvo de uma campanha de linchamento moral, dentro da mais pura metodologia bolsonarista: a covardia das fake news nos grupos de zap.
Causa perplexidade perceber que uma parte de jornalistas, pequena é verdade, aprendeu e utiliza tais métodos. Diversos amigos me enviam, dia sim, outro também, textos e edições de vídeo a meu respeito, que recebem nos grupos de zap. São deturpações, distorções ou simplesmente mentiras a meu respeito. A tentativa é de me desqualificar perante amigos e colegas jornalistas, muitos deles eleitores da ABI.
Para essa gente, eu virei representante do mercado financeiro, das organizações Globo, do golpe de 2016, entre outros absurdos.
Covardia e canalhice, não há outro nome. E olha que isso parte de gente que eu conheço. Com alguns, até outro dia, mantinha relações cordiais. De repente, apenas por estar associada a uma chapa diferente (há duas em disputa), passaram a aplicar contra mim a estratégia do ódio e do linchamento moral. A coisa chegou a tal ponto que estou consultando advogados para estudar medidas legais cabíveis.
A essa altura, deveríamos estar debatendo propostas para o futuro da ABI (em dificílima situação financeira e material), para a defesa dos jornalistas atacados quase que diariamente nas ruas e para os rumos do jornalismo e da comunicação no Brasil, especialmente neste momento gravíssimo da nossa história. Mais do que isso, temos que debater formas de combate ao fascismo e seus métodos.
Há dois anos, opino livremente na Folha de São Paulo, duas vezes por semana, sobre os temas importantes do país. Ali estão ideias e posicionamentos públicos sobre a realidade nacional. Aceito o debate sobre qualquer tema, límpido e transparente e dentro de regras mínimas de civilidade. Mas fora do submundo digital.
A essa gente não devo explicações sobre minha vida pessoal e minha história profissional: limpa, correta, com muito trabalho e sempre do lado certo da história. Não vou descer ao mesmo esgoto dos covardes. A verdade é que o bolsonarismo contaminou a sociedade de tal forma que suas práticas alcançaram os mais diversos setores.
Mas aqui estou, de coração aberto e espírito desarmado, para o bom combate. Em frente!
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