Política

Conheça a família Brazão. Irmãos mandaram matar Marielle Franco

Família é proeminente na política fluminense


Foto: ReproduçãoIrmãos Brazão presos hoje pelas PF
Irmãos Brazão presos hoje pelas PF

DCM - Domingos Brazão, preso na manhã deste domingo (24) pela Polícia Federal (PF), é uma figura proeminente na política do Rio de Janeiro, sendo reconhecido como uma espécie de mentor de seu grupo político, apesar de ser o mais novo entre os irmãos. Segundo a PF, a prisão do político ocorre após investigações o apontarem como sendo um dos autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Sua trajetória política teve início como assessor na Câmara Municipal, entre 1993 e 1994. Em 1997, foi eleito vereador na cidade do Rio, mas permaneceu no cargo por apenas dois anos. Posteriormente, em 1999, assumiu o cargo de deputado estadual, ocupando uma cadeira no Palácio Tiradentes por 17 anos.

Início de seu envolvimento em escândalos

No entanto, sua carreira política foi marcada por controvérsias e envolvimento em diversos escândalos. Em 2010, foi afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) após ser preso na operação Quinto do Ouro, acusado de corrupção junto com outros membros do tribunal. Mesmo com sua carreira política manchada por suspeitas de corrupção, fraude, envolvimento com milícias, improbidade administrativa e compra de votos, Brazão alimentava a expectativa de retornar à vida política.

Família Brazão

A família Brazão sempre exerceu influência na Zona Oeste do Rio, especialmente em Jacarepaguá. Em 2011, Domingos Brazão teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por suspeita de compra de votos, por meio de uma ONG vinculada a ele, o Centro de Ação Social Gente Solidária. No entanto, conseguiu manter seu cargo com uma liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Máfia dos combustíveis e caso Marielle

Além disso, Brazão também esteve envolvido em outros escândalos, como a chamada máfia dos combustíveis, em 2004, e foi acusado de ameaçar uma deputada estadual em 2014. No entanto, foi em 2019 que seu nome ganhou destaque nacional quando a Polícia Federal o apontou como o principal suspeito de ser o autor intelectual dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Apesar das acusações, Domingos Brazão sempre negou qualquer envolvimento nos crimes e chegou a ser denunciado por atrapalhar as investigações. No entanto, a Justiça do Rio rejeitou o pedido de prisão. Ainda assim, sua ligação com o caso foi revisitada após a delação de Ronie Lessa, ex-policial militar suspeito de participação no crime.

Vale ressaltar que o nome de Domingos também foi mencionado no depoimento à Polícia Federal do miliciano Orlando Curicica sobre o crime.

Chiquinho 

Preso na manhã deste domingo como um dos suspeitos de ser o mandante da morte da ex-vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, o deputado Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) teve seu nome mencionado na delação premiada pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos fatais que vitimaram a vereadora e o motorista Anderson Gomes.

Devido à citação de uma figura com foro privilegiado, os autos da investigação foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal. A informação foi inicialmente divulgada pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, com base em fontes internas do STF. Outros veículos, como o Estadão, corroboraram essa informação.

A extensão do envolvimento de Chiquinho Brazão no crime ainda não está clara. Entretanto, em janeiro, o site Intercept Brasil indicou que Lessa apontou, na mesma delação, o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro, como mandante do crime.

O nome do conselheiro surgiu pela primeira vez nas investigações do caso em 2019, por suspeita de obstrução da justiça, e voltou à tona no final do ano passado, durante a delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, que dirigiu o veículo para Ronnie Lessa durante o assassinato.

Além de Lessa e Queiróz, Domingos Brazão foi mencionado no depoimento à Polícia Federal do miliciano Orlando Curicica sobre o crime.

Chiquinho Brazão possui dois mandatos como deputado federal. Ele foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 2018 e reeleito para o cargo em 2022. Antes de sua chegada a Brasília, atuou como vereador do Rio de Janeiro por 12 anos, período que inclui os dois primeiros anos de mandato de Marielle na Câmara, entre 2016 e março de 2018, ano em que ela foi assassinada.

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