Como agiu o suspeito de matar Bruna Oliveira ?
Depois de suspeito pela polícia, ele foi encontrado morto

A Polícia Civil de São Paulo investiga o assassinato da estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, ocorrido em Itaquera, zona leste da capital. Bruna, aluna da Universidade de São Paulo (USP), foi morta enquanto voltava para casa, na noite do último dia 21, após sair do metrô. O principal suspeito do crime, Esteliano José Madureira, de 43 anos, foi encontrado morto dois dias depois, com sinais de tortura. A polícia trabalha com a hipótese de que ele tenha sido executado por um “tribunal do crime”.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não há indícios de que Bruna conhecesse seu agressor. “Pelas imagens, ele agiu sozinho. Foi um crime aleatório. Vimos que ela não foi seguida ao sair do metrô”, afirmou o delegado Alexandre Menechini. Bruna foi abordada enquanto caminhava pela avenida Sport Club Corinthians Paulista, em Itaquera. Apesar de ter tentado resistir, foi imobilizada e levada por Esteliano até um local próximo, onde seu corpo foi localizado. A polícia suspeita de violência sexual, mas aguarda a confirmação por exames do Instituto Médico Legal (IML).
Morador da comunidade da Prainha, a cerca de 300 metros do local do crime, Esteliano era conhecido na região como “Mineiro” e tinha histórico de uso de drogas e pequenos delitos. Segundo a polícia, após o assassinato, ele apresentou um comportamento considerado incomum: estava nervoso, trocou de roupas e fez a barba — ações que, segundo moradores, não eram típicas dele.
Na última quarta-feira (23), o corpo de Esteliano foi encontrado com mais de dez perfurações no tórax, costas, cintura, nuca e região anal. As pernas estavam amarradas com um pano. Para o delegado Rogério Thomaz, a execução apresenta características típicas de um tribunal do crime. “Trabalhamos com a possibilidade de que ele tenha sido julgado e executado por criminosos, especialmente pela forma como o corpo foi desovado”, afirmou.
Investigações preliminares apontam que Esteliano foi retirado de sua casa na zona leste e levado até Paraisópolis, na zona sul da cidade, onde teria sido morto. A Polícia Civil busca agora imagens de câmeras de segurança na avenida Morumbi, região onde o corpo foi localizado.
Em sua residência, os investigadores encontraram apenas um documento de identidade de uma mulher, furtado durante um jogo no estádio do Corinthians. Informações de que peças íntimas da vítima estariam no local foram descartadas.
Esteliano chegou a ser considerado foragido. Um mandado de prisão temporária havia sido expedido na noite anterior à descoberta de seu corpo. A identificação foi feita com base em imagens de câmeras de segurança e relatos de moradores. Segundo a polícia, os vídeos mostram o momento exato em que Bruna foi abordada e apontam que o agressor saiu da comunidade da Prainha.
“Foi um trabalho de rastreamento. Começamos pelas imagens dela saindo do metrô e conseguimos identificar o suspeito pelo biotipo e pelas roupas que usava”, explicou o delegado Menechini.
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