Eleições 2020

Candidato a prefeito é acusado de matar o pai e concorre contra um irmão, é no Maranhão

Barra do Corda é a cidade destes acontecimentos

  • domingo, 18 de outubro de 2020

Foto: Jornal PequenoFilho e  pai
Filho e pai

 

O empresário Manoel Mariano de Sousa Filho (PSC), 51, o “Júnior do Nenzim”, se lançou candidato a prefeito de Barra do Corda (MA), um cargo já exercido três vezes pelo seu pai. Seria mais um clã familiar aferrado ao poder não fosse por uma série de eventos que abalaram a cidade: Manoel é acusado de ter matado o próprio pai, em 2017, e disputa o cargo contra um irmão, o deputado estadual Rigo Teles (PV), cuja campanha é apoiada por um terceiro irmão, Pedro, acusado por um outro homicídio, de um líder sem-terra, em 1998.

O apelido de Júnior é referência ao pai, Manoel Mariano de Sousa, o “Nenzim”, assassinado aos 78 anos, em 6 de dezembro de 2017, com um tiro na lateral direita do pescoço. A polícia concluiu que o disparo foi dado à queima-roupa, de uma distância estimada entre 5 cm e 30 cm.

Na manhã daquele dia, o ex-prefeito Manoel estava em sua casa quando o atual candidato a prefeito, Júnior, foi pegá-lo em sua camionete Ranger. Ele disse que precisavam conversar com um advogado da família, Luís Augusto Bonfim Neto. No caminho, a camionete fez uma parada numa rua deserta no loteamento Morada do Rio Corda. A partir daqui a versão de Júnior diverge das conclusões da investigação. Ele alegou em juízo que seu pai pediu que ele parasse porque precisava urinar.

“Quando ele se posicionou o quadril dele, […] para virar a cintura dele [e sair do carro], ficou conversando comigo, uns três a quatro minutos, eu escutei, fez, deu uma pancada forte no carro, que seja um pedaço de pau batendo na lataria do carro, ele fez [se mexeu para a frente], ‘Ô, Mariano’…”, disse o candidato em depoimento ao juiz de Barra do Corda no ano passado. Júnior argumentou que não percebeu que seu pai recebera um tiro.

“Eu disse: ‘Pai, você tá passando mal?’ Aí também ele não falou mais. Eu fiquei já sem ação”, disse Júnior. Ele afirmou que telefonou para seu advogado, Luís, para dizer que seu pai estava “passando mal”. Antes de chegar à casa do advogado, disse Júnior, ele viu “um pouquinho de sangue” saindo do ouvido do pai, que também teria vomitado. Logo que chegou à casa de Luís, segundo a versão de Júnior, ele repassou o volante para o advogado.

Dali seguiram para um posto de gasolina, onde uma outra pessoa, um motorista da família, assumiu a condução da camionete. Eles por fim seguiram para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde Júnior também precisou ser atendido porque teria passado mal. O ex-prefeito foi então transferido para um hospital em outra cidade, a 100 km de Barra do Corda, mas morreu no meio do caminho.

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