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Bolsonaristas fujões: quem são e como atuam aqueles que fugiram do Brasil para escapar da Justiça

Fugir da Justiça é a marca do bolsonarismo


Reprodução Bolsonaristas fujões: quem são e como atuam aqueles que fugiram do Brasil para escapar da Justiça
Fugir da Justiça, a marca do bolsonarismo

Desde que Jair Bolsonaro (PL) deixou a Presidência da República, parte de seus aliados se estabeleceu no exterior. As motivações variam entre o discurso de denúncia de suposta perseguição judicial no Brasil e a tentativa de evitar decisões da Justiça. Na prática, formou-se uma diáspora bolsonarista que atua à distância, seja politicamente, seja para escapar de sanções legais.

Carla Zambelli (PL-SP)

Deputada federal e antiga aliada de Bolsonaro, Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por invadir ilegalmente sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Há dias, anunciou que deixou o país — e, pouco depois, seu advogado abandonou a defesa. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou sua prisão preventiva, argumentando que a saída dela do Brasil foi deliberada para evitar a execução da pena.

Zambelli afirmou que estava em Miami e pretendia seguir para a Itália, onde possui cidadania. Em entrevista, declarou: “Pode colocar a Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália”. A deputada rompeu com Bolsonaro após o segundo turno das eleições de 2022, quando sacou uma arma e perseguiu um militante de Lula em São Paulo — episódio que o ex-presidente atribuiu como um dos fatores decisivos para sua derrota eleitoral.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

Filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato de deputado federal e passou a residir nos Estados Unidos. Sua atuação tem se concentrado em articulações com lideranças da extrema-direita internacional. Em maio, o STF autorizou a abertura de um inquérito para apurar sua eventual participação em ações de pressão sobre autoridades brasileiras no exterior. Eduardo nega qualquer ilegalidade.

Paulo Figueiredo Filho

Neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, o comentarista Paulo Figueiredo vive nos EUA e mantém forte presença em círculos conservadores. É investigado por envolvimento em uma tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder, mas o Supremo ainda não conseguiu notificá-lo. Ele nega estar foragido e afirma ter colaborado com a Justiça brasileira em outras ocasiões, ainda que atualmente permaneça fora do alcance das autoridades nacionais.

Allan dos Santos

Fundador do canal bolsonarista Terça Livre, Allan dos Santos vive nos EUA desde 2020. É alvo de inquéritos no STF que apuram sua participação em redes digitais antidemocráticas. Em 2021, teve a prisão preventiva decretada, mas os EUA recusaram o pedido de extradição, interpretando as acusações como relacionadas à liberdade de expressão.

Allan continua ativo em redes sociais, driblando decisões judiciais brasileiras que determinaram o bloqueio de seus perfis. Em 2023, divulgou que trabalha como motorista de aplicativo em Orlando e publicou vídeos ironizando o ministro Alexandre de Moraes.

Esdras Jonatas

Pastor e empresário, é investigado por suposto financiamento e organização dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele e a ex-esposa deixaram o Brasil logo após os atos, fixando residência na Flórida. Ambos têm mandados de prisão em aberto, passaportes cancelados e redes sociais bloqueadas por ordem do STF. Mesmo proibido de uso das redes, Esdras tentou vender um Porsche pelo Instagram, o que levou à apreensão do veículo pela Polícia Federal.

Oswaldo Eustáquio

Blogueiro bolsonarista, Eustáquio deixou o Brasil em 2023 e hoje está na Espanha. Responde por incitação a atos antidemocráticos e já teve a prisão decretada por descumprimento de medidas judiciais. A Justiça espanhola recusou o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro e rejeitou recurso da Procuradoria-Geral da República, esvaziando as chances de que o blogueiro seja repatriado.

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