Bolsonaristas celebram morte de Juliana Marins na Indonésia: “Uma petista a menos”
A confirmação da morte de Juliana foi seguida por uma onda de comentários ofensivos de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais

DCM - A confirmação da morte da brasileira Juliana Marins, que desapareceu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, foi seguida por uma onda de comentários ofensivos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. Negra, independente e formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana foi associada ao PT e à esquerda desde as primeiras notícias sobre sua queda.
“Petista é bom morto”, escreveu um perfil anônimo em resposta ao influenciador Lázaro Rosa, que denunciou o comportamento. “É, o feminismo não venceu”, publicou outro. “Se era petista tinha que morrer mesmo, um a menos”, decretou outro perfil bolsonarista sem identificação.
As críticas aumentaram na segunda-feira (23), quando o pai dela, Manoel Marins agradeceu ao governo do presidente Lula (PT) pela movimentação para que ele fosse à Indonésia acompanhar as buscas por sua filha.
“Agradeço ao senhor e ao Ministério das Relações Exteriores, além da Embaixada da Indonésia, pelos esforços. Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva”, escreveu Manoel em publicação no Instagram.
Nas redes, bolsonaristas compartilharam fotos de Juliana no Carnaval e de uma mochila com um broche escrito “Ele Não”, movimento de 2018 contra Bolsonaro. “Não posso afirmar em quem ela votou, mas posso dizer que não foi no Bolsonaro”, ironizou um usuário.
Se era petista tinha que morrer mesmo, um a menos.
Eles matam muita mais gente dando poder pra esses fdp.
Quem era Juliana Marins
Juliana, de 26 anos, documentava sua viagem solo pela Ásia em redes sociais, onde compartilhava experiências como retiros de yoga, vivência em monastério budista e mergulho profissional. “Saí do Brasil sozinha para viver esse mochilão. Tô vivendo devagar e sem muitos planos. Improvisando e deixando a vida acontecer”, escreveu em março.
Na Tailândia, ela refletiu sobre propósito e filosofia budista: “Aprendi muito com a cultura e a filosofia de vida, mas também sobre respeitar o que eu sinto e seguir o que faz sentido”. Apaixonada por pole dance, chegou a se apresentar publicamente no ano passado.
Profissionalmente, trabalhou em empresas como Canal Off, Multishow e na agência Mynd, além de participar do evento Rio2C. Também fez intercâmbio voluntário no Egito, fotografando 12 cidades para promover turismo sustentável.
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