Política

A sabotagem de Campos Neto contra o Brasil

Por Luís Felipe Miguel, no Facebook


Reprodução A sabotagem de Campos Neto contra o Brasil
A sabotagem de Campos Neto contra o Brasil

Por Luís Felipe Miguel, no Facebook

Existem argumentos contra e a favor da autonomia do Banco Central. Eu estou convencido de que é uma má ideia e que o resultado mais palpável é torná-lo menos permeável aos interesses dos trabalhadores e dos pobres e mais curvado ao mercado financeiro. Ainda assim, reconheço que os argumentos favoráveis podem ser debatidos.

O que não tem nenhum cabimento e nenhuma defesa possível é que a presidência do Banco Central esteja nas mãos de um camarada como Roberto Campos Neto, que já demonstrou repetidas vezes que não tem compromisso com o país e não se preocupa em seguir as regras mínimas de decência para a ocupação do cargo. Alguém que está numa agência autônoma do Estado, inamovível, com mandato fixo, tem que demonstrar independência. Campos Neto, não. Ele é um bolsonarista ferrenho e não faz nenhuma questão de esconder isso. Com ele, a autonomia do BC toma forma de um cavalo de Tróia dentro do governo legitimamente eleito.

A manutenção da taxa de juros em patamar tão elevado é objetivamente uma forma de impedir que o governo Lula ponha em marcha sua política econômica. Campos Neto e seu sempre mobilizado batalhão de choque na imprensa econômica dizem que se trata de uma decisão técnica. Balela. Trata-se de uma decisão política, embasada por uma doutrina econômica pra lá de discutível.

Há muitos motivos que concorrem para a enorme alta do dólar, de fatores externos até os tiros de advertência do “mercado” para que as declarações de Lula em favor de uma política econômica que beneficie o povo não se convertam em medidas concretas. E, claro, a ganância de especuladores que estão ganhando muito com a oscilação no câmbio.

Mas a inação do Banco Central só se explica pela cumplicidade de Campos Neto com esse ataque ao governo – e ao Brasil.

Ele deseja o desgaste do governo e o colapso da economia, a fim de favorecer o bolsonarismo nas eleições de outubro e, ainda mais, de 2026. Não faz muito, já se assanhou de público com a possibilidade de virar ministro de Tarcísio de Freitas – uma impropriedade que, em tempos menos debochados, seria suficiente para lhe custar o cargo.

E eu apostaria que também devem estar pingando uns trocados (do ponto de vista dele e de seus amigos, óbvio, pois o conceito de “trocado” é relativo) dos ganhos especulativos.

Afinal, estamos falando de Campos Neto, o homem que cuida da moeda brasileira, mas guarda seu dinheiro em dólar, em paraísos fiscais no exterior.

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