Política

A reação de Bolsonaro após Cid apontá-lo como mandante das joias

Em sua casa, em Brasília, Bolsonaro recebeu a notícia de que será apontado por Mauro Cid como o mandante do esquema de venda de joias

  • sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Foto: Reprodução/Joven PanTenente-coronel Mauro Cid
Tenente-coronel Mauro Cid

O ex-presidente Jair Bolsonaro estava em sua casa em Brasília quando acessou e leu a reportagem da revista Veja que onde o tenente-coronel Mauro Cid o aponta como o mandante do esquema de venda de joias. Bolsonaro lamentou a situação e disse que não esperava isso de Cid. O ex-ajudante de ordens era pessoa muito próxima de Jair Bolsonaro. Tanto que o chamava de tio, dada a relação entre seu pai, o general Lourena Cid, e o ex-presidente. Apesar de lamentar, Bolsonaro ainda deu crédito a Mauro Cid. O ex-presidente atribuiu a acusação a uma estratégia traçada pelo novo advogado deCid, Cezar Bittencourt.

O advogado Cezar Bittencourt disse que Cid, militar, vendeu presentes que Bolsonaro recebeu por “obediência hierárquica”. E o Bolsonaro reagiu, disse que se existe a premissa da obediência hierárquica, existe também a de que ordem ilegal não se cumpre. Ele negou que tivesse dado ordem a Cid para vender os itens.

Relembre os fatos:

O tenente-coronel Mauro Cid, que está preso preventivamente há três meses em uma cela do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, decidiu acabar com o silêncio e irá confessar. A confissão foi confirmada a Veja pelo advogado Cezar Bittencourt, que representa o militar. E também anunciada no Jornal Nacional desta quinta-feira (17).


O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso depois que a Polícia Federal (PF) descobriu que ele falsificou cartões de vacinação dele, de sua família e do próprio ex-mandatário.

As investigações, no entanto, prosseguiram e no telefone do militar foi encontrado o roteiro de um plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022. O militar ainda está envolvido no esquema de negociações de joias e presentes que Bolsonaro recebeu de delegações estrangeiras durante o seu mandato.

No caso dos presentes, Cid vai confirmar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, providenciou a transferência do dinheiro para o Brasil e o entregou a Bolsonaro — em espécie. Entretanto, o tenente-coronel não vai assumir sozinho a responsabilidade pelo que aconteceu.

Cid vai dizer às autoridades que fez tudo isso cumprindo ordens diretas do então presidente da República, que seria o mandante do esquema.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, nega que o ex-presidente tenha se apropriado ou desviado “quaisquer bens públicos”.

“A relação de subordinação na iniciativa privada é uma coisa. O funcionário pode cumprir ou não. No funcionalismo público, é diferente. Em se tratando de um militar, essa subordinação é muito maior”, explicou o advogado.

Bittencourt afirmou que pretende se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar da confissão. Segundo o advogado, a confissão servirá de atenuante na hora da definição da pena de seu cliente.

A confissão agravará a situação do ex-presidente, que ainda não aparece como investigado no caso, apesar de a PF sugerir que ele é o beneficiário final do esquema que surrupiou joias do acervo da Presidência da República.

Com informações do DCM e do Metrópoles

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