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A narrativa sobre "privilégios" do funcionalismo público é fortíssima
Há um ressentimento, até uma inveja contra o funcionalismo público
Por Esther Solano, no Facebook
Uma das coisas que a gente observa com frequência quando fazemos entrevistas com pessoas que não são funcionários públicos é um ressentimento, até uma inveja contra o funcionalismo público.
A narrativa sobre nossos privilégios é fortissima e encontra eco continuamente.
E, como se, em momentos de precarização, de uberização do trabalho, o servidor fosse um privilegiado por ter uma estabilidade que muitos não têm, portanto, em vez de lutar pela melhora das condições de trabalho para todos, destruir este privilegio seria legítimo.
Esse sentimento se agudiça, ainda, na crise econômica em consequência da pandemia, onde muita gente perdeu o emprego e, "olha, ai, os servidores, continuam com estabilidade".
Claro, que este ressentimento pode não aparecer ostensivamente nos discursos políticos, disfarçados de técnica, mas sem dúvida é aproveitado para emplacar projetos privatistas.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que muitas pessoas defendem serviços públicos básicos de qualidade, dissociam isso de ter servidores públicos de qualidade. Seria algo assim como "serviço público sem servidores".
Construir contra-narrativas sobre o funcionalismo público me parece essencial para ganhar essa batalha.
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