Veja coloca Lula sorridente na capa e diz: “De volta ao jogo”

Foto: Veja

Lula na capa da Veja do dia 18 de abril de 2021

 

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Fórum- Em inúmeras entrevistas, o ex-presidente Lula já falou das tantas vezes, desde 1979, em que foi ilustrado, sempre de forma pejorativa, nas capas da revista Veja.

Nesta sexta-feira (16), um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, de Sérgio Moro, para julgar – e condenar – Lula, o petista voltou a estampar a capa da cambaleante publicação da família Civita.

No entanto, a Veja, aparentemente, mostra que pode ter se rendido ao que é inevitável: Lula está de volta ao jogo e é favorito para a disputa presidencial de 2022 contra Jair Bolsonaro (sem partido).

A reportagem, assinada por Gabriel Mascarenhas, abandona o jogo retórico e as piadinhas de mau gosto, que comumente é adotado em textos sobre o ex-presidente, e fala da articulação de Lula, que “intensifica campanha para 2022”.

“Não há dúvidas de que Lula está de volta ao jogo, mas a cautela do ex-presidente se justifica numa máxima temida por dez de cada dez políticos: nada traz tão mau agouro quanto comemorar uma vitória antes da hora”, diz o texto, com o desejo latente e recorrente da Veja.A revista detalha que “os esforços vão do Judiciário aos evangélicos, do mercado financeiro ao setor produtivo” e diz que a primeira parada de Lula, em sua tarefa de viajar o Brasil “para pregar contra o negacionismo de Jair Bolsonaro”, será no Nordeste.

Vice

A reportagem ainda destaca uma foto do empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, que teria a incumbência de reconstruir pontes de Lula com o setor produtivo e seria um dos cotados para ser, a exemplo do pai, o vice de Lula em 2022.

“Mas não é garantia de nada. Primeiro, ele não é o pai, segundo, lá atrás, nós apoiamos o Paulo Skaf para a Fiesp e vimos no que deu”, relata o texto, atribuindo as aspas a um “ex-ministro do PT”.

A revista diz que os maiores desafios de Lula estão junto aos evangélicos e militares.

“Caso decida oficializar sua candidatura para 2022, além de reconstruir esse e outros canais com setores importantes da sociedade, Lula pretende garimpar votos relembrando dados positivos de seus dois governos e fará de tudo para o eleitorado relativizar ou até mesmo esquecer os escândalos de corrupção e a derrocada econômica que ajudou a enterrar precocemente o segundo mandato de Dilma. Não é pouca coisa a se fazer até 2022”, diz a Veja, defendendo antigas teses que usou nos últimos anos, dentre tantas outras em mais de quatro décadas, para alfinetar Lula.