"Vacinação contra covid é uma bagunça e Ministério está nas mãos de amadores", diz Drauzio Varella
"Caímos nas mãos de um Ministério da Saúde fragilizado, dirigido por amadores", escreveu em sua coluna

Em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, o médico Drauzio Varella afirma que a vacinação contra o coronavírus no Brasil virou uma "bagunça". De acordo com o médico, "sem autonomia para coordenar a estratégia de vacinação", o Programa Nacional Imunizações (PNI) "houve por bem pulverizar pelo país as poucas vacinas existentes, como se a epidemia ameaçasse todos os municípios com igual virulência".
"Ao lado desse equívoco, facultou a estados e municípios a adoção dos critérios para estabelecer prioridades, de acordo com as realidades locais", continua Varella.
Segundo o médico,"a falta de uma coordenação centralizada com regras válidas para o país inteiro gerou essa confusão de grupos e de pessoas que subvertem a ordem prioritária e confundem a população, incapaz de entender porque em cada cidade a vacinação chega para uns e não para outros".
Varella constata amargamente: "Profissionais formados em psicologia, biologia, veterinária, educação física, além de trabalhadores da área da saúde que nem sequer chegam perto dos doentes com Covid, são vacinados antes das mulheres e homens com mais de 80 anos. Enquanto nos entretemos com as imagens dos telejornais que mostram senhoras e senhores de 90 anos, infantilizados pelo repórter que lhes pergunta se estão felizes com a vacina, passa a boiada dos mais jovens que furam a fila".
"Tem cabimento vacinar veterinários, terapeutas, personal trainers, escriturários de hospitais, antes dos mais velhos, que representam mais de 70% dos mortos? É justo proteger essa gente antes dos professores, dos policiais e de outras categorias mais expostas ao vírus?", questionou.
Ele conclui com uma crítica direta ao governo Bolsonaro: "Que azar. Quando o Brasil mais precisava de técnicos treinados para executar a difícil tarefa de vacinar seus habitantes, única forma de reduzir a mortalidade e dar alento à economia, caímos nas mãos de um Ministério da Saúde fragilizado, dirigido por amadores".
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