Pensar Piauí

Uma polícia amorosa

A maioria dos crimes policiais seguem sem condenação mundo a fora

Foto: Notícias do MundoSEF

 

Por Pedro Cardoso, no Instagram

Leio nos jornais, com indescritível horror, que o SEF, uma das polícias portuguesas, torturou e matou um ucraniano no aeroporto de Lisboa após ele haver se recusado a embarcar por ter tido a sua entrada no país negada. Uma força policial tem imensos recursos para conter 1 homem. Torturar e matar jamais pode ser justificado pela necessidade de contenção de um possível desordeiro.

Em Espanha, há alguns anos, brasileiros eram maltratados nos aeroportos; Donald aprisiona menores na fronteiras com o México; a polícia francesa dias atrás matou um afro-descendente sem razão alguma. A polícia brasileira mata inocentes sem jamais responder criminalmente. Não se pode dizer que França, Espanha, Portugal e EUA tenham nem a pobreza nem os déficits em educação que o brasil ostenta. Mas a violência policial, sádica e perversa, é problema igual em todo o mundo. As polícias chinesas e russas são exemplos comunistas, cito para colocar o assunto a cima de ideologias.

Devemos nos perguntar: Qual é a força que atrai pessoas para o serviço policial? Será o amor ao próximo ou o sadismo que a autoridade possibilita?

Heleno, que é general a serviço do nazifascismo de bolsonaro, vem dizer que é “impratiótico” o vídeo da reunião ministerial ser tornado público. Enquanto isso, uma grupo para-militar acampa em brasília.

Os agentes portugueses do SEF que torturaram e mataram estão presos. No entanto, a maioria dos crimes policiais seguem sem condenação mundo a fora. Penso que a sociedade deseja uma polícia e uma política violentas. Todos sonham em ser elite e serem defendidos dos que não o são sem ter que fazê-lo por si mesmos. Admitir sádicos nas forças policiais, fingindo não sabe-lo, é preço que as elites aceitam pagar com satisfação.

Sem uma polícia amorosa não existe democracia alguma.

“Impatriótico” é esconder do povo a verdade sobre a violência verbal exibida na reunião ministerial. Todos os crimes são o mesmo: alguém achar-se no direito de se impor fisicamente ao outro. Todo crime é uma covardia contra o desejo do ser humano de ser livre.

Estou triste por Portugal. Que vergonha.

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