Pensar Piauí

Uma poesia para Maju Coutinho

Foi o poeta piauiense Elio Ferreira quem escreveu sobre a apresentadora Global

Foto: InternetElio Ferreira e Maju Coutinho
Elio Ferreira e Maju Coutinho

 

Por Elio Ferreira*

Poema para Maju Coutinho,

Maju, Boneca Maju,

uma mulher negra chamada Maju.

Te vi assim

logo à primeira vista na tv,

mulher negra e magia

à luz da ciência,

da beleza,

da virtude,

da inteligência

Maju,

a voz contra a barbárie dos homens

contra as trevas colonialistas e o egoísmo do branco.

Oh, batuques dos tambores ancestrais

tum tum

derramai sobre a minha cabeça,

e o meu corpo inteiro

tum tum

em pactos de amizade dos malungos na travessia

 do Atlântico negro

tum tum

confabulando o amor e a verdade no Novo Mundo.

Maju,

Rainha Maju,

filha de Olorum,

Rainha Nzinga de Angola,

mulher sábia e guerreira.

Maju,

bonita na pessoa,

bonita nos gestos,

na fala,

bonita por ser bonita,

bonita na educação.

Maju,

poesia e canção

Maju,

uma criança negra aqui,

no Piauí,

é apaixonada por ti

por causa do cabelo crespo,

por causa da pele negra,

a luz dos olhos negros,

e o vestido amarelo da criança negra

são iguaizinhos aos teus,

quando você apresenta o JH na TV Globo.

Maju,

Boneca Maju,

Rainha Maju,

um antídoto ao racismo à brasileiro.

*Elio Ferreira (PI) é poeta, professor, pesquisador, militante negro, capoeirista. Filho de um ferreiro e uma mãe costureira, nasceu na cidade de Floriano, sul do Piauí, em 1955. É professor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e foi o criador do sarau Roda de Poesia e Tambores. 

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