Pensar Piauí

No Piauí, “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, ao som do trompete

Fabiano Leitão percorre o país com música e atos em apoio ao ex-presidente Lula

Foto: @geirlyssilvafotografiaFabiano Leitão no Encontro dos Rios, em Teresina
Fabiano Leitão no Encontro dos Rios, em Teresina

O músico e militante Fabiano Leitão, 42 anos, percorre o Brasil com o “Lulaço”. Conhecido como TromPetista, ele toca o “olê, olê, olê, olá, Lulá, Lulá”, música que eternizou as campanhas eleitorais do ex-presidente Lula e significa a luta, resistência e militância de apoio ao petista.

O músico contabiliza atos em pelo menos 18 estados do Brasil, faltando apenas alguns do Nordeste e do Norte. Ele diz que sua relação com Lula é de gratidão e falou sobre o Lulaço. “Aonde tem povo? Pode ter Lulaço! Lula tem que estar presente no inconsciente do povo sempre!”, destacou.

Foto: Arquivo PessoalFabiano e Lula
Fabiano e Lula
Foto: Ricardo StuckertFabiano durante ato
Fabiano durante ato

Nesta semana, ele esteve na capital do Piauí. Fabiano se apresentou no Teresina Shopping, Mercado da Piçarra, no Encontro dos Rios, ruas, praças e avenidas juntamente com a militância e autoridades do PT, e foi recepcionado pelo povo cantando e vibrando junto em cada apresentação.

Fabiano disse que tem um carinho enorme pelo Piauí. Sua mãe é piauiense e ele sempre vinha passar férias no estado. “Minha família toda é daqui, passei sempre minhas férias escolares aqui, sei cantar o hino do River, sei cantar o do Piauí, esse coração aqui bate por Teresina. Nasci em Brasília por acidente, quando minha mãe foi estudar na UnB", disse.

Foto: @geirlyssilvafotografiaFabiano e militantes piauienses
Fabiano e militantes piauienses

Foto: Pensar PiauíFabiano em conversa com o professor Marcelino Fonteles, no Mercado da Piçarra
Fabiano em conversa com o professor Marcelino Fonteles, no Mercado da Piçarra

Foto: Pensar PiauíPresidente do PT Piauí, deputado Limma, e Marcelino Fonteles, em ato no Mercado da Piçarra
Presidente do PT Piauí, deputado Limma, e Marcelino Fonteles, em ato no Mercado da Piçarra

Foto: Pensar PiauíAto no Mercado da Piçarra
Ato no Mercado da Piçarra
Foto: Pensar PiauíAto no Mercado da Piçarra
Ato no Mercado da Piçarra

O pensarpiauí conversou com o músico e fez uma entrevista sobre suas ações como militante. Confira na íntegra:

pensarpiauí- Você toca só trompete ou toca outro instrumento?

Fabiano- Também toco instrumentos de bateria de escola de samba. Meio controverso né? Estudava muito trechos de obras de Tchaikovsky e outros grandes compositores da música erudita, mas me apaixonei por sambas enredos das escolas de samba. Olha esse trecho do samba enredo da Mangueira e me diga como não se apaixonar.

"Nasci de peito aberto, de punho cerrado

Meu pai carpinteiro desempregado

Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira

Me encontro no amor que não encontra fronteira

Procura por mim nas fileiras contra a opressão." Samba de 2020.

pensarpiauí- De onde veio a ideia de tocar a música do Lula em diferentes pontos do país?
 

Fabiano- A ideia surgiu do Coletivo Alvorada lá de Belo Horizonte, na figura do grande professor Dimas, aí me juntei a esse coletivo que é uma máquina de luta pelo povo e realizamos no mercado público de BH o primeiro Lulaço (batizamos de Lulaço essa atividade). Sob o comando dos queridos companheiros Munish, Pedro, Fernando e toda a companheirada do Coletivo Alvorada. No dia seguinte do primeiro Lulaço, viajo para Curitiba e realizamos o segundo Lulaço sob a batuta da comandante Tânia que organizou na capital paranaense. Após isso não paramos mais. Foram shoppings, feiras, aeroportos, rodoviárias, parques e etc. Aonde tem povo? Pode ter Lulaço! Lula tem que estar presente no inconsciente do povo sempre! 

pensarpiauí- Tem algum estado brasileiro onde você ainda não tenha tocado? E no exterior já tocou? 

Fabiano- Faltam alguns estados do Nordeste e do Norte. No Sul e Sudeste já fomos em todas as capitais. Já no exterior tem alguns trompetistas na Alemanha, Colômbia que já mandaram vídeos tocando o Lula lá. Mas eu nunca fui lá para tocar não e acho que isso nem é importante. As notas são as mesmas Lá do Lá do Lá do lá fa lá sol lá fa. O importante sempre é a ação.

pensarpiauí- Conte em que circunstância ocorreu sua prisão em Brasília?

Fabiano- Acontece que sou militante. E militante tem um dever a cumprir. Nossa tarefa é lutar por justiça para o nosso povo. E naquele momento o objetivo era parar o comboio de tanques da Marinha que fazia uma ameaça explícita a democracia. E qual era nossa tarefa? Mostrar força! Falar para o povo: estamos aqui de cabeça erguida lutando com um instrumento musical e com as notas que lembram o maior presidente que esse país já teve. Lula parou os tanques. Não fui eu e nem a Catarina e o companheiro Wesley que estavam conosco nessa ação. Ali era o maior símbolo de democracia e dignidade que nosso povo já desfrutou. Por isso, como o professor do Piauí Isac Souza disso no final do seu texto. "Quem é a máquina de guerra?"

O metal do trompete parou tanques de guerra.

pensarpiauí- Quando o Lula esteve preso em Curitiba, você também foi lá e tocou. Teve medo? Como foi?

Fabiano- Toquei sim! Fui mais de 20 vezes a Curitiba. Toquei até o hino do Corinthians (mesmo sendo Vascaíno) para ele. Só para tentar deixá-lo feliz. Ficava lá na Vigília com os companheiros e companheiras dando bom dia, boa tarde, boa noite. A vigília foi a maior prova de carinho por um preso político da história da humanidade. Nunca se viu tamanha demonstração de amor.

pensarpiauí- Se o Lula ganhar a eleição no ano que vem, já tem planos para alguma apresentação? Pode adiantar?

Fabiano- Tem muita luta pela frente! Não menosprezo o adversário e também conheço a força da militância do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras. Teremos que suar sangue para vencer e sem dúvida será a maior luta de nossas vidas. Mas algo me diz que vamos vencer. A história do nosso país merece esse Gran Finale. Será o reencontro do povo consigo mesmo na figura do cara. Do cara que tem a cara do povo, que fala que nem o povo. Ahh… mais eu vou está lá juntinho da militância celebrando toda a luta e o sentimento de dever cumprido de um militante do Partido.

pensarpiauí- Qual é sua relação pessoal com o Lula?

Fabiano- De gratidão! Sou grato por tudo que fez e faz principalmente pelo meu povo do Piauí. Quando era menino, eu vinha de carro com minha mãe que é piauiense passar as férias em Teresina. E na estrada eu via crianças desnutridas jogando areia nos buracos e as pessoas jogando moedas pela janela. Esse era o cenário. Lula tirou nosso povo dessa situação. Sou grato a ele. Já falei algumas vezes com ele e em todas as situações ele sempre disse uma palavra de carinho, conforto, esperança e afeto. Não tem como dimensionar isso para você. Ele é um iluminado!

No dia que ele teve sua elegibilidade de volta ele me ligou e disse: “Com esse trompete você fez muita gente se emocionar, obrigado companheiro." Eu chorei pra caramba porque lutar pelo Lula é lutar por dignidade para meu povo do Piauí. Essa sempre foi a minha centralidade de luta. Não vou permitir que aquelas imagens das crianças jogando areias nos buracos em troca de moedas volte sem lutar com todas as forças. Por isso minha relação com Lula é de gratidão.

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