Política

TERESINA E O PIAUÍ DIZEM: “NÃO VAI TER GOLPE”

TERESINA E O PIAUÍ DIZEM: “NÃO VAI TER GOLPE”

  • sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Foto: GoogleGente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Muitas vozes e um pensamento predominante: defender a democracia.
Assim, trabalhadores e lideranças sociais progressistas foram às ruas de Teresina dia 20 de agosto defender a democracia brasileira numa reposta direta àqueles, que sem uma justificativa legal, querem destituir a presidenta Dilma do comando do Brasil.
As ações de Teresina integraram um movimento nacional de trabalhadores realizado naquela data e deixou os organizadores locais bem animados.
É vasta, rica e bonita a historia da classe trabalhadora em Teresina. Movimentos populares sempre lutaram contra à política de privilégios que os donos do poder na capital do Piauí impunham ao povo. Resistir sempre foi a tônica deste povo trabalhador. Resistir e avançar. Em alguéns momentos sofrendo as agruras da força elitista.
Em 1964, os trabalhadores não aceitaram o golpe, foram presos, cassados, humilhados. Mas sempre resistiram.
Foto: GoogleGente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Final do anos 80, caminha para o fim a ditadura e reflora com força o movimento popular. O Parque Piauí foi o cenário onde os trabalhadores levantaram a voz para um novo tempo. Diretas Já e seus grandes comícios com a participação efetiva de Teresina e do Piauí.
O neoliberalismo vem com força nos anos 90 e novamente a resistência dos trabalhadores com a organização sindical e um sem números de greves.
Em 2002 a eleição de um nordestino operário para a presidência da República. Lula e Teresina tem um caso de amor. Em 1989, ele declarara que sentiu-se no segundo turno contra Collor, depois do comício realizado em Teresina. O comício foi às 2 horas da tarde. Era o calor da manifestação política mais o calor do sol piauiense. Em todas as eleições presidenciais realizadas, Lula sempre teve maioria em Teresina.
Em 2002 também, o piauiense elege Wellington Dias para o governo do Estado. Um bancário, sindicalista assume então o governo do Piauí e inicia um processo de inversão de prioridade nas políticas públicas locais. O orçamento do Piauí passa a ser tratado de forma que interesses populares tenham espaço também.
Agora, em 2015 voltou-se a ter povo nas ruas. Numa ameaça à democracia brasileira, a melhor resposta: gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”. Assim a classe trabalhadora de Teresina e do Piauí vai escrevendo sua versão da história. A seguir depoimentos de algumas lideranças presentes à manifestação do dia 20:
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Gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Marcelino Fonteles (professor, organização do dia 20): “O Brasil é um país cuja democracia está ainda engatinhando. Os Estados Unidos implantou a República e a conquista da democracia e nunca houve golpe, eles tem mais de 234 anos de democracia e eles nunca tiveram golpe. Temos apenas 30 anos de democracia no Brasil e não podemos deixar que os “democracidas” dêem o golpe em nosso sistema democrático”.
Katiana Lima (presidente do Sindicato os Trabalhadores Rurais de Miguel Alves): “esse é um movimento muito importante, pois é uma obrigação não só dos sindicalistas como de todo o povo brasileiro defender a democracia de nosso país. Essa é a nossa primeira missão”
Odenir ( presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação- Sinte) “ Estamos na defesa do nosso projeto e também dos direitos da classe trabalhadora e principalmente dos trabalhadores em educação, pois com o retrocesso os educadores serão os principais prejudicados, registramos a nossa posição contrária a política econômica atual, mas estamos dispostos a nos unirmos para tentar colocar o governo no rumo certo e não deixar cair a nossa democracia”
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Gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Goió (Liderança política do município São Pedro do Piauí) “o movimento é muito justo, porque afinal de conta muitas pessoas lutaram e deram a própria vida para chegar até aqui. Temos que ficar unidos e continuar lutando pela conservação da democracia, precisamos mostrar pra sociedade que queremos um democracia limpa e sadia”
Willian Almeida (representante de movimentos sociais de Piripiri) “O primeiro passo é conscientizar toda população brasileira que o país só avança quando a democracia é respeitada e, consequentemente, existe o fortalecimento das instituições. Hoje comemoramos mais de 30 anos de democracia, uma luta que muitas pessoas já deram a própria vida e hoje estão querendo tirar esse direito. A democracia vai além de um governo e de mandato eletivo”.
Assunção Aguiar (representante do movimento negro do Piauí), “este é o momento de dar uma injeção de ânimo, principalmente para a população negra. Pois foi justamente com o sistema democrático que a comunidade negra pôde saber da importância da política pública de igualdade racial. Defendemos um país democrático e precisamos que todos digam não ao retrocesso que estão querendo reinstalar em nosso país”
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Gente gritando “NÃO VAI TER GOLPE”
Regina Sousa (senadora da República pelo Partido dos Trabalhadores do Piauí) “essa é a verdadeira manifestação brasileira, manifestação realizada pelo povo que trabalha, que rala, porque esse povo sabe o valor da democracia. O momento agora é de crise, e não de golpe”.
Neguim (representante do MST) “esse movimento que consegue reunir milhares de pessoas de diversas categorias e populares em geral, é a prova de que a classe trabalhadora continua unida. Apesar do governo atual não estar sendo tudo aquilo que a gente gostaria que fosse, com uma série de falhas, pois gostaríamos de mais conquistas, e o ajuste fiscal, ao contrário, está prejudicando a classe trabalhadora. Isso não significa que devemos defender o retrocesso. Estamos vivendo uma crise internacional do capital, que reflete a falência desse modelo de política e de economia do Brasil, e precisamos transformar essa realidade a partir da mobilização social. Esta crise não foi gerada pela presidenta Dilma e tão pouco pelo Partido dos Trabalhadores, mas com certeza será superada pela classe trabalhadora organizada.”
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