Política

Senadora mostra fraudes em documento da Covaxin

Simone Tebet fala em indícios de falsificação em notas apresentadas como oficiais pelo governo para compra de vacina

  • terça-feira, 6 de julho de 2021

Foto: Agência SenadoSenadora Simone Tebet (MDB-MS) aponta erros de inglês em documento da Covaxin
Senadora Simone Tebet (MDB-MS) aponta erros de inglês em documento da Covaxin

 

Em sessão da CPI da Covid nesta terça-feira (6), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) apontou diversas irregularidades no contrato do governo Bolsonaro para compra da Covaxin, vacina indiana contra covid-19.

Ela mostrou uma análise com 23 erros no documento, apresentado pelo ministro da secretaria-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco, para justificar a assinatura do contrato da Covaxin que apresentava indícios de corrupção, durante pronunciamento no dia 25 de junho.

Na ocasião, Franco mostrou o que chamou de documento “verdadeiro”, para se opor a outro mostrado pelos irmãos Miranda em depoimento à CPI.

De acordo com Simone, o texto exposto por Franco é um “documento fajuto”. Ela apontou vários erros de português e inglês presentes na nota, o que ajudaria a identificar a falsificação do documento. “Prova cabal de crimes, como falsidade ideológica para possivelmente viabilizar a lavagem de dinheiro público no contrato da vacina Covaxin”, diz ela.

Além de informações desencontradas entre as três versões do documento, ela aponta erros básicos de inglês que, na opinião da senadora, indicam possível falsificação de documento que tramitava no Ministério da Saúde. Há três notas sendo analisadas, uma primeira que o governo disse ter sido possivelmente falsificada pelo servidor Ricardo Miranda, que apresentou a denúncia de indícios de irregularidades nos contratos, e outras duas que seriam as "verdadeiras", segundo o governo. 

A senadora detectou, após análise, diferenças entre os três documentos, sendo que os apresentados pelo governo como verdadeiros têm marca e logotipo desenquadrados, indicando montagem, não há sinais de escaneamento ou transmissão via fax, e erros de inglês como "prince", príncipe, no lugar de "price", preço.

Simone também aponta divergências entre valores, quantidade de mercadoria, peso e a forma como seria transportada, aérea ou por navio. Para ela, todas essas inconsistências indicam que houve manipulação dos documentos. Ela defende que se ampliem as investigações sobre os documentos.

Veja o vídeo:

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