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Rebeca Andrade é ouro no salto e prata nas barras do Mundial de ginástica

Campeã olímpica brilha em Kitakyushu e se torna primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma única edição de Mundial

Foto: GERebeca Andrade
Rebeca Andrade

 

GE - O sorriso no rosto de Rebeca Andrade ao cravar dos saltos era a certeza da missão cumprida no Mundial de Kitakyushu. Neste sábado, a campeã olímpica se tornou também campeã mundial do salto. O ouro no Japão foi a primeira medalha da ginasta de 22 anos em Mundiais e a primeira grande conquista apenas dois meses e meio depois de brilhar nas Olimpíadas de Tóquio. E poucas horas depois ela voltou ao pódio com uma prata nas barras assimétricas. Foi a primeira vez que um ginasta do Brasil conseguiu duas medalhas em um único Mundial. Um dia histórico para Rebeca.

Parecia um filme repetido daqueles que dá gosto de rever. Do collant rosa indo para o salto ao Japão como cenário, tudo lembrava o grande feito olímpico de Rebeca Andrade. E o final desse enredo novamente foi um ouro e uma prata. Ela entrou para um hall de medalhistas brasileiros em Mundiais, se juntando a Daiane dos Santos, Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Arthur Nory. E a coleção de medalhas de Rebeca pode aumentar no domingo, às 5h (de Brasília), quando ela fecha sua participação em Kitakyushu na decisão da trave.

No salto, a brasileira praticamente cravou seus dois voos, um Cheng (15,133 pontos) e um Yurchenko com dupla pirueta (14,800) para ficar com uma média de 14,966 pontos. Foram os dois melhores saltos da decisão, o que fez a brasileira ter quase um ponto de vantagem para a segunda colocada, a italiana Asia D'Amato, com 14,083. A russa Angelina Melnikova completou o pódio, com 13,966.

Nas barras assimétricas, Rebeca não conseguiu fazer uma ligação de movimentos que tinha executado na classificatória. Ainda assim a boa execução fez a diferença, inclusive no critério de desempate com a chinesa Luo Rui, ambas com 14,633 pontos. A também chinesa Wei Xiaoyuan ficou com o título, com 14,733 pontos.

Foto: GERebeca Andrade

 

A final do salto

Por ser a atual campeã olímpica, Rebeca entrou na final do salto como favorita. Foi a ginasta que apresentou os saltos mais difíceis na classificatória e liderou com quase meio ponto de vantagem. Não bastassem todas essas credenciais, a brasileira foi parâmetro na decisão também por ter sido a segunda a se apresentar. E colocou o sarrafo bem alto.

Rebeca foi a única a saltar um Cheng, salto mais difícil executado em Kitakyushu. Foram 13 passos até o voo praticamente perfeito para conseguir 15,133 pontos. Nem precisou dificultar o segundo salto como fez na final das Olimpíadas e apresentou um Yurchenko com dupla pirueta quase cravado, só um pequeno passinho para receber 14,800 pontos. A média 14,966 pontos foi maior até do que a da classificatória. O ouro era questão de tempo.

Sem sustos, a campeã olímpica esperou outras seis ginastas para conhecer as companheiras de pódio. Nenhuma adversária apresentou saltos tão difíceis ou tão bem executados quanto os de Rebeca. As três últimas ginastas eram as que estavam menos distantes da brasileira. A italiana Asia D'Amato conseguiu média de 14,083. Também finalista olímpica do salto e campeã do individual geral em Kitakyushu, a russa Angelina Melnikova teve dificuldades na aterrissagem do segundo voo e ficou com 13,966. A holandesa Elisabeth Geurts era favorita à prata, mas fechou a prova com uma queda e acabou na oitava posição (13,349).

A final das barras

Em seu aparelho favorito, Rebeca novamente entrou como forte candidata ao ouro por ter liderado a classificatória com 15,100 pontos. Foi a segunda a se apresentar, logo depois da principal adversária. A chinesa Wei Xiaoyuan abriu muito bem a prova com uma série muito difícil e conseguiu 14,733 pontos. Rebeca, na sequência, fez uma série de melhor execução, mas não conseguiu fazer uma ligação de movimentos que apresentou na classificatória, o que a fez ter 0,4 a menos de dificuldade em relação a classificatória. Ainda assim, a brasileira somou 14,633 pontos, se posicionando na briga por medalhas.

O páreo foi bem mais acirrado que no salto. A chinesa Luo Rui empatou com Rebeca, mas ficou atrás da brasileira no critério de desempate, que era a maior nota de execução. A russa Melnikova também fez uma boa série e ficou muito perto do pódio com 14,533. Uma a uma as adversárias ficaram para trás, e Rebeca confirmou a prata. A primeira medalha do Brasil no aparelho em Mundiais ou Olimpíadas.

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