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Morre Rainha Elizabeth II aos 96 anos

A informação foi confirmada nas redes sociais da família real. Com a morte da monarca, seu filho mais velho, o príncipe Charles, assume o trono de rei

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

 

 

Morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, rainha Elizabeth II do Reino Unido. A monarca faleceu no Castelo de Balmoral, na Escócia. A informação foi confirmada nas redes sociais da família real. Elizabeth havia sido colocada em observação médica na manhã de hoje, e seus familiares imediatos foram informados e viajaram ao local.

"A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã", informou a Casa Real britânica.

Com a morte da monarca, seu filho mais velho, o príncipe Charles, assume o trono de rei do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado, como Austrália e Canadá. No comunicado sobre a morte de Elizabeth ele já é tratado como rei.

Veja um pouco da vida da Rainha: 

Elizabeth II, nascida Elizabeth Alexandra Mary; em Londres, no dia 21 de abril de 1926, era a atual rainha do Reino Unido e de mais catorze Estados independentes chamados de Reinos da Comunidade de Nações, além de ser a chefe da Commonwealth, uma grande organização intergovernamental composta por 53 países independentes. Ela também foi a primeira monarca feminina soberana da Casa de Windsor, Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra e Comandante Suprema das Forças Armadas do Reino Unido. Em alguns de seus outros Estados soberanos, ela possuiu o título de Defensora da Fé. O papel político de Isabel II abrangeu grandes áreas. Ela teve funções constitucionais significativas e foi uma representante ativa de sua nação perante o mundo. Além disso, sua popularidade pessoal a fez ser um dos ícones notáveis que remetem à cultura britânica.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II


Isabel nasceu na área de Mayfair, em Londres, como a primeira filha do duque e da duquesa de Iorque (mais tarde rei Jorge VI e rainha Isabel). Seu pai subiu ao trono em 1936 após a abdicação de seu irmão, o rei Eduardo VIII, tornando a princesa Isabel a herdeira presuntiva do trono britânico. Ela foi educada particularmente em casa e começou a exercer funções públicas durante a Segunda Guerra Mundial, servindo no Serviço Territorial Auxiliar. Em novembro de 1947, ela se casou com Filipe Mountbatten, um ex-príncipe da Grécia e Dinamarca, e seu casamento durou 73 anos até a morte de Filipe em 2021. Eles tiveram quatro filhos: Carlos, Príncipe de Gales; Ana, Princesa Real; o príncipe André, Duque de Iorque; e o príncipe Eduardo, Conde de Wessex.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Quando seu pai morreu em fevereiro de 1952, Isabel - então com 25 anos - tornou-se rainha reinante de sete países independentes dos Reinos da Comunidade de Nações: Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão, bem como a chefe da Commonwealth. Isabel reinou como monarca constitucional por meio de grandes mudanças políticas, como os problemas na Irlanda do Norte, a devolução no Reino Unido, a descolonização da África e a adesão do Reino Unido às Comunidades Européias e a retirada da União Européia. O número de seus reinos variou ao longo do tempo à medida que os territórios conquistaram a independência e alguns reinos se tornaram repúblicas. Suas muitas visitas e reuniões históricas incluem visitas de Estado à República Popular da China em 1986, à Federação Russa em 1994, à República da Irlanda em 2011 e visitas de ou para cinco papas.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II e alguns Papas
Rainha Elizabeth II e alguns Papas

Tempos de significância pessoal incluem os nascimentos e casamentos de seus filhos e netos, a investidura do Príncipe de Gales e a celebração de marcos como seus jubileus de Prata em 1977, Ouro em 2002 e Diamante em 2012. Momentos de dificuldade incluem a morte de seu pai aos 56 anos, o assassinato de Louis Mountbatten, tio do príncipe Filipe, o fim dos casamentos de seus filhos em 1992 (um ano que ela mesma chamou de annus horribilis), a morte em 1997 de Diana, Princesa de Gales, ex-esposa de Carlos, e as mortes de sua irmã e mãe em 2002. Isabel ocasionalmente enfrentou movimentos republicanos e pesadas críticas a família real, porém o apoio a monarquia e sua popularidade pessoal permanecem altos.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Em 6 de fevereiro de 2022, Isabel II atingiu 70 anos de reinado, sendo a única monarca britânica a celebrar um Jubileu de Platina. A partir do dia 12 de junho do mesmo ano, passou a ocupar a segunda posição entre os monarcas com reinados mais longos na História, atrás apenas do rei Luís XIV (da França - este com 72 anos e 110 dias de reinado). É também a monarca reinante mais idosa de todos os tempos.

Início de vida

Ela foi nomeada Isabel em homenagem à mãe, Alexandra segundo a bisavó paterna, que havia morrido seis meses antes, e Maria em homenagem a avó paterna. Sua família a chamava de "Lilibet". Jorge V a adorava e as visitas de Isabel foram creditadas pela imprensa e biógrafos como um dos fatores que ajudaram na sua recuperação durante uma séria doença em 1929.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Sua única irmã, Margarida, nasceu quatro anos depois. As duas princesas foram educadas em casa sob a supervisão de sua mãe e sua governanta, Marion Crawford. As aulas concentravam-se em história, línguas, literatura e música. Para o desalento da família real, Crawford publicou em 1950 uma biografia das infâncias de Isabel e Margarida chamada The Little Princesses. O livro descreve a paixão de Isabel por cavalos e cachorros, sua disposição metódica e sua atitude de responsabilidade. 

Isabel recebeu aulas de história constitucional com Henry Marten, vice-reitor do Eton College, também aprendendo francês com várias governantas francesas. Uma companhia de bandeirantismo, a 1º Companhia do Palácio de Buckingham, foi formada especialmente para que ela pudesse se socializar com meninas de mesma idade. Ela mais tarde se matriculou como Guarda Marinha.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II e uma de suas paixões 

Herdeira presuntiva

Durante o reinado de seu avô, Isabel era a terceira na linha de sucessão ao trono depois de seu tio Eduardo, Príncipe de Gales, e seu pai. Apesar de seu nascimento ter gerado grande interesse público, não era esperado que ela se tornasse rainha já que o Príncipe de Gales ainda era jovem e muitos presumiam que ele se casaria e teria filhos. Jorge V morreu em 1936 e seu tio ascendeu como Eduardo VIII, com ela ficando em segundo na linha de sucessão depois do pai. Mais tarde no mesmo ano, Eduardo abdicou após a sua proposta de casamento com Wallis Simpson ter causado uma crise constitucional. Assim, o Duque de Iorque tornou-se rei com o nome de Jorge VI e Isabel tornou-se a herdeira presuntiva. Se os seus pais tivessem tido um filho varão, ela perderia a sua posição como primeira na sucessão já que o seu irmão seria herdeiro aparente e ficaria acima dela na linha.

Segunda Guerra Mundial

O Reino Unido entrou na Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939. Durante a guerra, Londres foi alvo frequente de bombardeios aéreos e muitas das crianças londrinas foram evacuadas. Lorde Douglas Hogg, 1.º Visconde Hailsham, sugeriu que as duas princesas fossem evacuadas para o Canadá, porém isso foi rejeitado pela rainha, que declarou: "As crianças não vão sem mim. Eu não vou partir sem o Rei. E o Rei nunca partirá". As princesas Isabel e Margarida permaneceram no Castelo de Balmoral, Escócia, até o natal, indo então para a Casa Sandringham em Norfolk.

Ao final da guerra, no Dia da Vitória na Europa, as princesas Isabel e Margarida misturaram-se anonimamente com as multidões celebrando nas ruas de Londres. Isabel mais tarde disse em uma rara entrevista que "Nós pedimos aos meus pais se poderíamos sair e ver nós mesmas. Lembro-me que ficamos aterrorizadas de sermos reconhecidas ... eu me lembro de várias pessoas desconhecidas dando os braços e caminhando por Whitehall, todos nós varridos por uma onda de felicidade e alívio".

A princesa Isabel foi para sua primeira viagem internacional em 1947, acompanhando seus pais pelo sul da África. Durante a viagem, em uma transmissão para toda Comunidade Britânica no seu aniversário de 21 anos, ela fez a seguinte promessa:

“Eu declaro diante de vocês que toda minha vida, seja ela longa ou curta, será dedicada ao seu serviço e ao serviço da nossa grande família imperial, à qual todos nós pertencemos.”

Casamento

Isabel conheceu seu futuro marido, o príncipe Filipe da Grécia e Dinamarca, em 1934 e depois em 1937. Eles são primos de segundo grau através do rei Cristiano IX da Dinamarca e de terceiro grau através da rainha Vitória. Depois de mais um encontro em julho de 1939 no Real Colégio Naval de Dartmouth, Isabel – então com apenas treze anos de idade – afirmou que havia se apaixonado por Filipe e eles começaram a trocar cartas. Seu noivado foi anunciado oficialmente em 9 de julho de 1947.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

O casamento não ocorreu sem controvérsias: Filipe não tinha nenhuma situação financeira, era estrangeiro (apesar de cidadão britânico que havia servido na Marinha Real Britânica durante a Segunda Guerra Mundial) e tinha irmãs casadas com nobres alemães com ligações nazistas. Crawford escreveu que "Alguns dos conselheiros do rei não o achavam bom o bastante para ela. Ele era um príncipe sem casa ou reino. Alguns dos jornais tocaram músicas longas e altas sobre as origens estrangeiras de Filipe". Algumas biografias posteriores da mãe de Isabel relatam que ela inicialmente era contra a união, até chamando Filipe de "O Huno". Entretanto, ela mais tarde contou ao biógrafo Tim Heald que o príncipe era "um cavalheiro inglês".

Antes do casamento, Filipe renunciou seus títulos gregos e dinamarqueses, converteu-se da ortodoxia grega para o anglicanismo e adotou o estilo de "Tenente Filipe Mountbatten", tomando o sobrenome da família britânica de sua mãe. Pouco antes do casamento, ele foi criado Duque de Edimburgo e recebeu o estilo de "Sua Alteza Real".

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Isabel e Filipe se casaram na Abadia de Westminster em 20 de novembro de 1947. Eles receberam 2500 presentes vindos de todo mundo. Já que o Reino Unido ainda não havia se recuperado totalmente das devastações da guerra, Isabel pediu que cupons de racionamento comprassem o material para seu vestido de noiva. 

Isabel deu à luz seu primeiro filho, príncipe Carlos, em 14 de novembro de 1948. Um mês depois, o rei emitiu cartas-patente permitindo que os filhos deles usassem o estilo e título de um príncipe ou princesa real, que do contrário eles não teriam direito já que seu pai não era mais um príncipe. A segunda criança, princesa Ana, nasceu em 1950.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II e o príncipe Charles
Rainha Elizabeth II e o príncipe Charles

Reinado

A saúde de Jorge VI foi piorando ao longo de 1951 e Isabel o representou em vários eventos públicos. Seu secretário particular, Martin Charteris, carregou um rascunho de uma declaração de ascensão na visita dela pelo Canadá caso o rei morresse durante a viagem. No início de 1952, Isabel e Filipe partiram em uma viagem pela Austrália e Nova Zelândia, no caminho parando no Quênia. Em 6 de fevereiro, quando o casal voltou para sua casa queniana depois de passarem a noite no Treetops Hotel, chegou a notícia da morte do rei. Filipe contou as notícias à nova rainha. Charteris perguntou qual nome régio ela gostaria de usar, com a nova monarca respondendo: "Meu próprio, é claro – qual outro?". Ela foi proclamada rainha por seus reinos e o séquito real voltou para o Reino Unido. Ela e o Duque de Edimburgo mudaram-se para o Palácio de Buckingham. 

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Com a ascensão de Isabel, parecia provável que a casa real passaria a ter o nome de seu marido, transformando-se na "Casa de Mountbatten", seguindo a tradição da esposa assumindo o sobrenome do marido após o casamento. O primeiro-ministro Winston Churchill e a rainha Maria de Teck eram a favor de manter a Casa de Windsor, assim em 9 de abril de 1952 Isabel publicou uma declaração dizendo que "Windsor" continuaria a ser o nome da casa. Filipe reclamou, "Sou o único homem no país que não pode dar seu nome aos próprios filhos". Em 1960, depois da morte de Maria em 1953 e a renúncia de Churchill em 1955, o sobrenome "Mountbatten-Windsor" foi adotado para os descendentes de linhagem masculina de Filipe e Isabel que não possuem títulos reais.

A coroação ocorreu normalmente como planejado no dia 2 de junho de 1953. A cerimônia aconteceu na Abadia de Westminster e foi televisionada pela primeira vez, com exceção da parte da unção e da comunhão. Seu vestido de coroação foi desenhado por Norman Hartnell e, seguindo suas instruções, bordado com os emblemas florais dos países da Commonwealth: a Rosa de Tudor inglesa, o cardo escocês, o alho-porro galês, o trevo irlandês, a acacia australiana, a folha de bordo canadense, a samambaia prateada neozelandesa, a protea sul-africana, a flor-de-lótus pela Índia e Ceilão e o trigo, algodão e juta paquistaneses.

Evolução da Commonwealth

Durante sua vida, Isabel testemunhou a contínua transformação do Império Britânico na Commonwealth de Nações. Na época de sua ascensão em 1952, seu papel como chefe de estado de vários estados independentes já estava estabelecido. A rainha e o Duque de Edimburgo embarcaram em uma viagem de seis meses entre 1953 e 1954 ao redor do mundo. Ela se transformou na primeira monarca da Austrália e Nova Zelândia a visitar essas nações. Durante as visitas, as multidões eram imensas; estima-se que três quartos da população australiana da época foi vê-la. Isabel realizou visitas oficiais a vários países durante seu reinado, sendo a chefe de estado que mais viajou em toda história.

Jubileu de Prata

Isabel comemorou em 1977 o Jubileu de Prata de sua ascensão. Festas e eventos ocorreram por toda Commonwealth, muitos coincidindo com suas viagens pela Grã-Bretanha e seus outros reinos. As celebrações reafirmaram a popularidade da rainha, apesar da cobertura negativa praticamente coincidente da imprensa da separação da princesa Margarida de seu marido. No ano seguinte, Isabel recebeu no Reino Unido uma visita oficial do ditador comunista romeno Nicolae Ceaușescu e sua esposa Elena, apesar de em particular ela acreditar que o casal tinha "sangue nas mãos". 

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Durante a cerimônia do Trooping the Colour de 1981 e seis semanas antes do casamento de Carlos, Príncipe de Gales, e Diana Spencer, seis tiros foram disparados em Isabel a curta distância enquanto ela cavalgava pelo The Mall com seu cavalo Burmese. A polícia mais tarde descobriu que os tiros eram de festim. Marcus Sarjeant, o atacante de dezessete anos, foi sentenciado a cinco anos de prisão, porém foi solto depois de três. A compostura e habilidade da rainha ao controlar sua montaria foram muito elogiadas.

Em 14 de outubro de 1981 a rainha Isabel II visita à Nova Zelândia, e enquanto desfila numa parada automóvel, Christopher John Lewis, 17 anos, pega numa espingarda e aponta-a à rainha. Dispara e falha. A polícia disse aos jornalistas que o adolescente tinha disparado numa estrada próxima. Christopher John Lewis continuou a planear ataques à família real, mas nunca foi condenado por traição ou tentativa de traição. Morreu na prisão em 1997.

No dia 9 de julho de 1982, ela acordou em seu quarto no Palácio de Buckigham e descobriu um intruso, Michael Fagan, no mesmo aposento. Permanecendo calma e através de duas chamadas para a central de polícia do palácio, Isabel conversou com Fagan enquanto ele sentava na beirada de sua cama até a ajuda chegar sete minutos depois. 

O grande interesse da mídia nas opiniões e vida particular da família real durante a década de 1980 levou a uma série de histórias sensacionalistas na imprensa, das quais nem todas eram inteiramente verdade.

Como Kelvin MacKenzie, editor do The Sun, disse a sua equipe: "Dê-me um respingo dos reais no domingo para segunda-feira. Não se preocupem se não for verdade – contanto que não haja muito alarde sobre isso depois".

O editor Donald Trelford escreveu em 21 de setembro de 1986 no The Observer que "A novela real chegou em tal nível de interesse público que a fronteira entre fato e ficção perdeu-se de vista ... não é apenas que alguns jornais não checam seus fatos ou aceitam negativas: eles não ligam se as histórias são verdadeiras ou não".

Foi relatado, mais notavelmente pelo The Sunday Times de 20 de julho, que Isabel estava preocupada que as políticas econômicas da primeira-ministra Margaret Thatcher fomentavam divisões sociais, além de estar alarmada com o elevado desemprego, uma série de tumultos, a violência da greve de mineiros e as recusas de Thatcher de aplicar sanções contra o regime apartheid da África do Sul. As fontes dos rumores incluíam o ajudante real Michael Shea e Shridath Ramphal, Secretário-Geral da Commonwealth, porém Shea afirmou que suas colocações foram tiradas de contexto e embelezadas pela especulação. A primeira-ministra supostamente disse que a rainha votaria pelo Partido Social Democrático – seus oponentes políticos. John Campbell, biógrafo de Thatcher, afirmou que "a reportagem era um pedaço de travessura jornalística". Desmentindo os relatos de animosidade entre elas, Thatcher mais tarde transmitiu sua admiração pessoal por Isabel e, depois dela ter sido substituída como primeira-ministra por John Major, a rainha entregou duas honras a Thatcher como presente pessoal: nomeações à Ordem de Mérito e à Ordem da Jarreteira. O ex-primeiro-ministro canadense Brian Mulroney disse que Isabel foi a "força de bastidores" para encerrar o apartheid na África do Sul.

Em um discurso no dia 24 de novembro de 1992 para marcar os quarenta anos de sua ascensão, Isabel chamou 1992 de seu annus horribilis, significando "ano horrível". Em março, seu segundo filho príncipe André, Duque de Iorque, se separou de sua esposa Sara Ferguson; em abril, sua filha Ana, Princesa Real, divorciou-se de seu marido Mark Phillips; durante uma visita oficial a Alemanha em outubro, manifestantes em Dresden jogaram ovos nela; e em novembro, um grande incêndio atingiu o Castelo de Windsor.

Isabel afirmou em um discurso excepcionalmente pessoal que qualquer instituição deve esperar críticas, porém sugeriu que isso fosse feito com "um toque de humor, gentileza e compreensão". John Major anunciou dois dias depois reformas nas finanças reais que estavam sendo planejadas desde o ano anterior, incluindo que a rainha passasse a pagar imposto de renda pela primeira vez em 1993 e uma redução de sua lista civil. Carlos, Príncipe de Gales, e sua esposa Diana Spencer se separaram formalmente em dezembro. O ano terminou com Isabel processando o The Sun por violação de direitos autorais quando o jornal publicou o texto de sua mensagem anual de Natal dois dias antes da transmissão. A publicação foi forçada a pagar as despesas legais da rainha e doar duzentas mil libras para a caridade.

Foto: DivulgaçãoPrincesa Diana e Rainha Elizabeth II
Princesa Diana e Rainha Elizabeth II

Ocorreu a morte de Diana, Princesa de Gales, no dia 31 de agosto de 1997, um ano depois do divórcio. A rainha estava de férias com seu filho e netos no Castelo de Balmoral. Guilherme e Henrique, os filhos de Diana, queriam ir a igreja, então Isabel e Filipe os levaram naquela manhã. Depois dessa única aparição pública, a rainha e o duque blindaram seus netos por cinco dias do enorme interesse da imprensa, permanecendo em Balmoral onde poderiam lamentar em particular. O povo britânico ficou consternado pela reclusão da família real e o fato que a bandeira não foi hasteada a meio-mastro no Palácio de Buckigham. Pressionada pela reação hostil, Isabel concordou com uma transmissão ao vivo para o mundo ao voltar para Londres em 5 de setembro, um dia antes do funeral de Diana. Na transmissão, ela expressou admiração por Diana e seus sentimentos "como avó" pelos netos Guilherme e Henrique. Grande parte da hostilidade pública desapareceu.

Jubileu de Ouro

Isabel celebrou em 2002 seu Jubileu de Ouro. Sua irmã e mãe morreram em fevereiro e março respectivamente, com toda a imprensa especulando se o jubileu seriam um sucesso ou fracasso. Ela novamente realizou várias viagens por seus reinos, começando pela Jamaica em fevereiro, onde chamou de "memorável" o banquete de despedida após uma queda de energia na King's House, a residência oficial do governador-geral. Como em 1977, houve festas nas ruas, eventos comemorativos e monumentos nomeados em homenagem à ocasião. Milhões de pessoas compareceram a cada um dos três dias principais de celebração em Londres, com o entusiasmo demonstrado por Isabel sendo muito maior que vários jornalistas haviam previsto.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Apesar de sempre ter gozado de boa saúde, ela realizou uma laparoscopia nos joelhos em 2003. Em outubro de 2006, Isabel não pôde comparecer a abertura do Emirates Stadium por causa de dores musculares nas costas que a estavam incomodando por todo o verão. 

A rainha fez a primeira visita oficial de um monarca britânico a República da Irlanda em maio de 2011, após um convite da presidente Mary McAleese. As autoridades irlandesas desmantelaram um atentado à bomba que visava a vida de Isabel II. Donal Billings colocou uma bomba caseira dentro de um carro e espalhou outras bombas falsas pelo Castelo de Dublin, onde a rainha seria recebida pela. Billings foi condenado a oito anos e meio de cadeia por posse de explosivos e ameaça à bomba.

Jubileu de Diamante e além

O Jubileu de Diamante de Isabel em 2012 marcou os sessenta anos de suas ascensão ao trono real, com celebrações ocorrendo por todos seus reinos, pela Commonwealth e além. Em mensagem publicada no Dia da Ascensão, ela firmou: "Neste ano especial, enquanto novamente me dedico ao seu serviço, espero que todos nos lembremos do poder da união e da força de convocação da família, amigos e boa vizinhança ... Também espero que este ano de Jubileu seja uma época para agradecer os grandes avanços que foram feitos desde 1952 e para olhar ao futuro com a cabeça limpa e coração caloroso". Ela e Filipe realizaram grandes viagens pelo Reino Unido, enquanto seus filhos e netos embarcaram em viagens reais pelos países da Commonwealth em seu nome. Faróis do jubileu foram acesos pelo mundo em 4 de junho.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II

Isabel é a monarca de maior longevidade e a de reinado mais longo na história do Reino Unido, superando a rainha Vitória do Reino Unido em 9 de setembro de 2015. É também a chefe de estado há mais tempo no cargo, tendo alcançado essa posição em outubro de 2016 após a morte do rei Bhumibol Adulyadej da Tailândia. Ela não pretendeu abdicar, apesar de ser esperado que a proporção de deveres oficiais realizados pelo príncipe Carlos em nome da rainha apenas aumentasse enquanto Isabel diminui seus compromissos. 

Segundo atentado

No dia 25 de dezembro de 2021, um jovem de 19 anos invadiu o Palácio Real, mascarado com capuz (segurando uma besta), dizendo que iria tentar matar a rainha com o objetivo de vingança, foi pego e foi encaminhado para um hospital psiquiátrico, por sorte, não chegou a encontrar com a Rainha. Segundo o jornal The Mirror, o jovem se chama Jaswant Singh Chail.

Percepção pública e personalidade

Já que Isabel raramente concede entrevistas, pouco se sabe sobre suas opiniões pessoais. Como monarca constitucional, ela não expressa suas próprias opiniões políticas de maneira pública. A rainha tem um grande sentimento de dever cívico e religioso e leva muito a sério seu juramento de coroação. Além de seu papel religioso oficial como Governadora Suprema da estabelecida Igreja Anglicana, ela pessoalmente cultua com aquela igreja e com a nacional Igreja da Escócia. Isabel já demonstrou apoio a diálogos inter-religiosos com líderes de outras igrejas e religiões, incluindo cinco papas: Pio XII, João XXIII, João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Uma nota pessoal sobre sua fé frequentemente aparece em suas transmissões anuais da Mensagem Real de Natal para toda Commonwealth, como em 2000, quando falou sobre a significância teológica do milênio marcando o 2 000º aniversário do nascimento de Jesus Cristo:

“Para muitos de nós, nossas crenças são de importância fundamental. Para mim, os ensinamentos de Cristo e minha própria responsabilidade pessoal diante de Deus fornecem uma estrutura em que tento levar a minha vida. Eu, como muitos de vocês, alcancei grande conforto em tempos difíceis a partir das palavras e exemplos de Cristo.”

Seus principais interesses de lazer incluem equitação e cachorros, especialmente seus welsh corgis pembroke. Seu amor por corgis começou em 1933 com Dookie, o primeiro corgi pertencente a sua família. Cenas de uma vida caseira relaxada e informal foram ocasionalmente testemunhadas; Isabel e sua família costumam preparar de tempos em tempos um almoço juntos. 

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II
Rainha Elizabeth II 

Na década de 1950, como uma jovem mulher no início de seu reinado, Isabel era representada como uma glamorosa "rainha de conto de fadas". Depois dos traumas da guerra, era uma época de esperanças, um período de progresso e realizações anunciando uma "nova era Isabelina". A acusação de lorde John Grigg, que seus discursos soavam como os de uma "pedante colegial" foi uma rara crítica. Foram feitas tentativas no final da década de 1960 para retratar uma imagem mais moderna da monarquia através do documentário televisivo Royal Family e a transmissão da investidura de Carlos como Príncipe de Gales. Em público, Isabel passou a usar sobretudos de cores sólidas e chapéus decorativos, permitindo que seja vista facilmente em multidões. 

Em seu Jubileu de Prata, as multidões e celebrações estavam genuinamente entusiásticas, porém cresceram na década de 1980 as críticas contra a família real enquanto as vidas pessoais de Isabel e seus filhos passaram a ser escrutinadas pela mídia. Sua popularidade chegou ao ponto mais baixo na década de 1990. Sob pressão da opinião pública, a rainha passou a pagar imposto de renda pela primeira vez e o Palácio de Buckingham foi aberto ao público. O descontento com a monarquia alcançou seu auge com a morte de Diana Spencer, apesar da popularidade pessoal de Isabel e o apoio a monarquia terem se recuperado depois da transmissão cinco dias depois. 

Finanças

A fortuna pessoal de Isabel tem sido alvo de especulações há anos. A revista Forbes já estimou seu patrimônio líquido estando por volta de 450 milhões de dólares em 2010, porém declarações oficiais do Palácio de Buckingham em 1993 afirmam que estimativas de cem milhões de libras são "muito exageradas". Jock Colville, ex-secretário particular e ex-diretor do banco da rainha, o Coutts, estimou sua fortuna em 1971 em dois milhões de libras (equivalente a por volta de 24 milhões nos dias atuais). A Royal Collection (que inclui obras de arte e as Joias da Coroa) não é propriedade pessoal de Isabel e é mantida em fideicomisso, assim como os palácios ocupados, como o Palácio de Buckingham e o Castelo de Windsor, além do Ducado de Lencastre, uma carteira de imóveis de valor estimado em 429 milhões de libras em 2013. A Casa Sandringham e o Castelo de Balmoral são propriedades pessoais da rainha. As Propriedades da Coroa britânica – com arrendamentos de 7,3 bilhões de libras em – são mantidos em fideicomisso e não podem ser vendidos ou mantidos por Isabel pessoalmente.

Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II e Pelé
Rainha Elizabeth II e Pelé
Foto: DivulgaçãoRainha Elizabeth II e Lula
Rainha Elizabeth II e Lula

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