Pensar Piauí

Relembrando Raimundo Jacó e a Missa do Vaqueiro

O pensarpiaui resgata um pouco de uma das mais celebres história da cultura nordestina: a Missa do Vaqueiro e Raimundo Jacó

Foto: @sergi_docVicente e Zé Léo
Vicente e Zé Léo

O perfil "Missa do Vaqueiro - Serrita" do facebook trouxe esta semana a foto que ilustra este texto. O pensarpiaui decidiu então pautar o assunto e resgatar um pouco de uma das mais celebres história da cultura nordestina: a Missa do Vaqueiro e Raimuindo Jacó.

A Missa do Vaqueiro é um tradicional evento religioso católico realizado à céu aberto, em sufrágio da alma de Raimundo Jacó, onde vaqueiros nordestinos de várias cidades se reúnem no Parque Nacional do Vaqueiro, sítio Lages, zona rural de Serrita.

Esta celebração teve origem a partir da comoção causada pelo assassinato impune do vaqueiro Raimundo Jacó, encontrado morto em Julho de 1954 no sítio Lages, local onde hoje se encontra o Parque Nacional do Vaqueiro.

O Padre João Câncio dos Santos, então pároco de Serrita, em uma de suas andanças pelas comunidades rurais da paróquia, ao passar pelo local onde o cadáver de Jacó havia sido encontrado, foi informado do crime que ali ocorrera e da comoção que ele causara no seio da comunidade. Visando a sufragar a alma do vaqueiro morto, que, conforme informações dos párocos, havia morrido sem confissão, o padre planejou um ato de desagravo e protesto pelo assassinato impune. Com o auxílio do cantor Luiz Gonzaga (que era primo do falecido e o havia homenageado com a canção ‘’A Morte do Vaqueiro’’), juntamente com o repentista Pedro Bandeira; os vaqueiros de Serrita; os familiares e toda a comunidade católica serritense, foi realizada a primeira missa, em 19 de Julho de 1970.

Este evento é realizado até hoje, no mesmo local, além da cerimônia religiosa, ocorre vaquejada,cavalgada, pega de boi, feira de artesanato, show de forró, exposição e muito mais. 

Raimundo Jacó

Raimundo Jacó Mendes (Exu, 16 de Julho de 1912 - Serrita, 08 de Julho de 1954) foi um vaqueiro nordestino, primo do cantor Luiz Gonzaga, e é ícone da missa do vaqueiro.

Apesar da pouca idade, sua inteligência e coragem lhe renderam a experiência que foi reconhecida pelo proprietário do Sítio Lajes, em Serrita, que lhe deu o emprego de vaqueiro, em sua grande fazenda.

Jacó se destacou através de feitos que despertaram a admiração de muitos e a inveja de outros. Entre os invejosos está Miguel Lopes, com quem passou a ter uma rixa.

Narra a lenda que 8 de Julho de1954 o dono da fazenda ordenou que Jacó e Lopes fossem pegar na caatinga uma rês, arisca e estimada, que se afastou do rebanho.

Saíram à procura de Raimundo Jacó no dia seguinte, e, em meio a caatinga, encontraram-no morto, ao lado da rês ainda amarrada, e o seu fiel cachorro latindo, sem sair de perto. Uma pedra manchada de sangue denunciava a covardia do assassinato.

Miguel Lopes foi incriminado, e abriu-se um processo, mas foi arquivado por falta de prova, e o crime ficou sem solução.

Raimundo teve 2 filhos: Francisco Jacó (1936-2017) e Vicente Jacó (1952)

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