"Quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela", diz Edilane Silva

Foto: Arquivo pessoal

Edilane Silva (PT), pré-candidata a vereadora em Pio IX

Edilane Silva (PT), de 25 anos, é pré-candidata a vereadora em Pio IX. É pré-candidata pela primeira vez, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores no início deste ano.

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Filha de um agricultor e de uma dona de casa, de família humilde, nunca foi candidata e nem ninguém da sua família. A jovem já começa quebrando o paradigma da cultura do patriarcado e do tradicionalismo político.

A pré-candidata é feminista negra, professora de História e servidora pública na área da saúde na cidade de Fronteiras.

Durante o período universitário, começou a ter contato com os movimentos sociais: movimento de Mulheres e o movimento Negro. A partir daí despertou sua vontade de participar da militância e decidiu a área que queria atuar e defender.

“Filiei-me ao PT no início do ano, porque é o principal partido que defende as causas sociais e tem espaço para a defesa das bandeiras que defendo. Foi aí que recebi o convite para a pré-candidatura e aceitei, porque penso que posso contribuir de alguma forma para o fortalecimento da ideologia aqui e, porque vi nisso, uma oportunidade de falar para um número maior de pessoas e mobilizar mulheres, construir novas visões, principalmente no público jovem, e também incentivar o empoderamento da população negra”, destaca.

Acredita que um mundo pensado por mulheres é melhor de se viver. Que as mulheres precisam ocupar os espaços de poder e de decisão, visto que o Feminismo Negro não pensa apenas nas mulheres negras. "Acredito que dando voz, representatividade e poder a grupos historicamente esquecidos ou pouco valorizados é que podemos ter de fato uma sociedade melhor.Tenho várias aspirações em relação as mais diversas áreas: saúde, educação, cultura, esporte, lazer, desenvolvimento rural, para prestar uma assistência eficaz para a população”, disse.

Na saúde, a pré-candidata tem como proposta disponibilizar uma atenção maior voltada às mulheres, com um centro especializado de partos naturais, por exemplo. Sugere um centro de acompanhamento para as mais diversas deficiências físicas e intelectuais, como o autismo.

Na educação, sua grande bandeira é efetivar e impulsionar o cumprimento da Lei 10.639/03, para que o ensino de História Afro-brasileira e Indígena seja, de fato, feito com eficiência e produtividade.

Foto: Arquivo pessoal

Na cultura, defende a criação de grupos com oficinas e eventos onde sejam despertados e desenvolvidos talentos e onde os jovens possam se desenvolver social e intelectualmente, tirando-os da ociosidade. “Na zona rural temos muitos assentamentos e podemos fazer o mesmo com esses jovens. Bem como, dar uma maior atenção aos pequenos produtores rurais da serra e do sertão”.

Na defesa das mulheres, dos jovens, da população rural e da população em maior vulnerabilidade social, Edilane Silva está preparada para disputar cadeira na Câmara Municipal de Pio IX.

“É um lugar difícil, mas acredito que com coragem é possível. Afinal, como diz Platão: podemos escolher ou não participar da política, mas se não o fizermos, poderemos ser governados por quem não queremos e quem não nos representa. Por isso, acredito no poder da representatividade e estou colocando meu nome à disposição”, finaliza.

Foto: Arquivo pessoal

Fechando com Angela Davis: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela", diz Edilane Silva.