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“Prostituta arrombada”: ataque de Jefferson a Carmen Lúcia pode atingir em cheio campanha de Bolsonaro

Líderes do Centrão ouvidos avaliam que esse comportamento acaba afastando os eleitores indecisos

Foto: O GloboRoberto Jefferson, Jair Bolsonaro e Carmem Lúcia
Roberto Jefferson, Jair Bolsonaro e Carmem Lúcia

“Integrantes da campanha de Jair Bolsonaro (PL) receberam com preocupação a repercussão negativa do vídeo do ex-deputado federal Roberto Jefferson com ataques contra a ministra Carmen Lúcia”, informa  Gerson Camarotti em sua coluna no portal G1.

“No vídeo, o ex-deputado profere xingamentos contra a ministra por discordar de um voto dela em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A avaliação é que o caso tem potencial pra prejudicar o próprio Bolsonaro, já que Jefferson é identificado como aliado fiel do presidente.

"No momento em que a campanha tenta conquistar votos de eleitores indecisos e de centro, o vídeo do Jefferson caiu como uma bomba dificultando essa estratégia”, aponta.

De acordo com Camarotti, “líderes do Centrão ouvidos pelo blog avaliam que esse comportamento acaba afastando os eleitores indecisos e de centro, que repudiam esses tipos de ataques”. 

Sobre os ataques de Roberto Jefferson à ministra, veja o que escreveu no facebook outro jornalista, desta vez, Leonardo Sakamoto: 

Uma vez que Jair Bolsonaro não pode ofender uma mulher por medo de perder votos na reta final da eleição, o seu aliado Roberto Jefferson assumiu a tarefa de atacar a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, após ela votar a favor de três direitos de resposta a Lula contra a Jovem Pan.

"Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, né? Aí que viram para o cara e dizem: 'E, benzinho, no rabinho, nunca dei o rabinho, pela primeira vez. É a primeira vez'. Ela fez pela primeira vez, ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez. Ela diz assim: 'é inconstitucional, censura prévia é contra a súmula do Supremo', mas é só dessa vez benzinho. Bruxa de Blair", disse em ele em vídeo divulgado nas redes sociais da filha.

Por conta da declaração, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia pediu ao Supremo Tribunal Federal que revogue a prisão domiciliar que o ex-deputado cumpre e devolva-o à cadeia, uma vez que ele está proibido de usar redes. Ele é alvo de inquérito no STF sobre milícias digitais que atentam contra a democracia.

A ideia de ter Bob Jeff falando o que Jair Messias está impedido de dizer não é novidade, nem invenção da oposição, mas tática exposta por aliado de ambos.

Ao invés de se coligar com o PL, o PP e o Republicanos, partidos que lançaram Bolsonaro à reeleição, o PTB preferiu ir com candidatura própria. E, no dia 1º de agosto, oficializou exatamente Jefferson ao Palácio do Planalto.

Presente no evento, o deputado federal Daniel "Surra de Gato Morto" Silveira (PTB-RJ), afirmou que a candidatura seria para ajudar Bolsonaro.

"Quando as pessoas compreenderem o que o Roberto está buscando fazer em apoio ao presidente, para que ele possa expor aquilo que Bolsonaro não pode sem ser perseguido... O Roberto já está preso, o que mais tem para fazer? Colocar uma guilhotina de cabeça para baixo, pendurada? Não tem mais o que o Alexandre [de Moraes] fazer contra ele. O que ele vai fazer é um serviço à sociedade, entregando a verdade contra alguns ministros da Suprema Corte", disse.

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