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“Preciso trabalhar”: com alta de mortes, grávidas enfrentam a Covid-19

Levantamento aponta que, em 2021, foram registrados 362 óbitos durante 14 semanas epidemiológicas; médicos apontam maiores cuidados

Foto: ReproduçãoMortes maternas associadas à Covid-19 acontecem com maior frequência no terceiro trimestre da gestação ou no puerpério
Mortes maternas associadas à Covid-19 acontecem com maior frequência no terceiro trimestre da gestação ou no puerpério

O temor de ser infectado pela Covid-19, que já matou mais de 380 mil pessoas somente em território brasileiro, está causando no pânico entre grávidas e puérperas — mães de recém-nascidos. Levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19) aponta que, em 2020, 10,5 mulheres desse grupo morreram por semana, chegando a um total de 453 óbitos. Já em 2021, até 10 de abril, a média de falecimentos por semana atingiu 25,8, totalizando 362 perdas.

Segundo o levantamento, houve um aumento de 145,4% na média semanal de 2021 quando comparado com a média do ano passado. Um dos fatores cruciais para se considerar o alto número de mortes entre grávidas é o trabalho presencial. Em alguns núcleos, a gestão em home office não é possível.

No último dia 15, o Senado Federal aprovou um projeto de lei (PL) que garante à empregada gestante o afastamento do trabalho presencial durante o período da pandemia sem prejuízo do recebimento do salário. Conforme o projeto, que segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a funcionária gestante deverá permanecer à disposição do empregador em trabalho remoto.

Perigos, vacina e bebês com anticorpos

O Ministério da Saúde recomendou que mulheres interessadas em ter filhos adiem, se possível, o momento da gravidez, tendo em vista a situação crítica da Covid-19 no Brasil. Já quanto a vacina, que inicialmente não poderia ser utilizada por mulheres grávidas, a pasta ressaltou que gestantes, puérperas e lactantes dos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19 podem ser imunizadas.

Em nota divulgada à imprensa no último dia 16, o ministério diz que as mortes maternas associadas à Covid-19 acontecem com maior frequência no terceiro trimestre da gestação ou no puerpério. O documento também mostra que de 8% a 11% das gestantes e lactantes com Covid-19 precisam de hospitalização, e que de 2% a 5% dessas mulheres usaram atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por isso, o ministério orienta que as mulheres desse grupo procurem as unidades de saúde para receber a vacina — desde que tenham comorbidades e façam parte dos grupos prioritários da etapa de vacinação vigente no município de residência.

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