Pensar Piauí

O silêncio será entendido pela geração futura como conivência com um porvir talvez sombrio

O silêncio será entendido pela geração futura como conivência com um porvir talvez sombrio

Por Pierpaolo Cruz Bottini, no facebook

Alguma esperança

A polarização tomou conta do país. Nesse ambiente, difícil tomar posição sem criar problemas, rompimentos, ou levar desaforos para o lar. Mas como o silêncio será entendido pela geração futura como conivência com um porvir talvez sombrio, resolvi escrever. Escrever para deixar registrada minha esperança. Tenho filhos. Quero que eles cresçam em um país onde homens, mulheres, gays, lésbicas, negros, índios sejam respeitados. Em que pais achem mais importante a felicidade do que a orientacao sexual de seus filhos. Tenho alunos. Quero que eles estudem em um ambiente de tolerância, de respeito pela diferença e liberdade de expressão – em que adversários sejam ouvidos e não varridos ou exilados. Tenho profissão. Sou advogado. E quero que os juízes de meus casos sejam autônomos, independentes. Que decidam de acordo com argumentos e não com medo de cabos ou soldados. Tenho pais. Quero garantir que o regime político pelo qual eles lutaram, pelo qual alguns de seus amigos desapareceram, não seja levado por um vendaval de ódio. Enfim, tenho esperança. Esperança de que segunda feira a democracia amanheça e nos agradeça pelo bom senso. Por isso, voto Haddad. Pierpaolo Cruz Bottini é Professor-doutor do Departamento de Direito Penal, Criminologia e Medicina Forense da Faculdade de Direito da USP e coordena o curso de direito penal do Instituto de Direito Público (Brasília – DF). Cursou mestrado e doutorado na mesma Universidade. É diretor de direito penal econômico do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, diretor da Associação Internacional de Direito Penal - seção brasileira, membro da Comissão Julgadora do Prêmio Innovare.

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