Pensar Piauí

O racismo se manifesta de novo

Agora Matheus Ribeiro está sendo investigado pelo crime de receptação

Foto: DivulgaçãoMatheus Ribeiro
Matheus Ribeiro

O  instrutor de surf Matheus Ribeiro, vítima de um episódio de racismo no Leblon, no qual foi acusado injustamente de roubo, está sendo investigado pelo crime de receptação, em razão da origem da sua bicicleta elétrica.

Ao apurar a denúncia de racismo contra o casal que abordou Matheus, a Polícia Civil identificou que a bicicleta do jovem era produto de furto e que seria devolvida ao legítimo proprietário.

O instrutor alega tê-la comprado em um site de classificados online, fato comprovado pela documentação apresentada por ele, mas sem a Nota Fiscal. Ele pagou R$ 3.600,00, quantia abaixo do valor de mercado do produto.

A polícia também está investigando o vendedor, cujo nome não foi divulgado.

À respeito de tal caso, o colunista da Folha de S. Paulo, Thiago Amparo, viu “dois pesos e duas medidas” das autoridades no trato do caso e teceu as seguintes considerações em seu Twitter:

Após falsa acusação no Leblon, Matheus é investigado por comprar a bicicleta – segundo a polícia, furtada por outra pessoa – em um site de classificados online de um 3o. Matheus mostrou comprovante no valor de 3.600 reais, mas não possuía a nota fiscal. É inacreditável como polícia vai realmente tentar enquadrar Matheus como receptador sendo que: 1) é um caso insignificante do ponto de vista do direito penal se Matheus tem nota ou não; 2) é conduta atípica, pq Matheus comprou de 3o e não devia saber ser produto de crime (se for). P.S.: você tem a nota fiscal de tudo o que compra em site de classificados online? cuidado, vai que a polícia te para e pede a nota fiscal na rua. Dois pesos, duas medidas: 1) ladrão branco com passagem por dezena de casos idênticos, a juíza: “ah, mas tem que ver se é ele mesmo no vídeo”; 2) vítima negra: “ah, você tem a nota fiscal da bicicleta que comprou e pagou?” 3) e o casal branco? tá livre, leve e solto, né?

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