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'O povo não consegue comprar arroz e a prioridade do governo são os fazendeiros', diz Lula

O ex-presidente destacou a alta no preço do arroz, que chega a ser vendido agora por R$ 42,99 em supermercados brasileiros

Foto: Imagem IlustrativaLula sobre a alta no preço do arroz, comida essencial no prato dos brasileiros
Lula sobre a alta no preço do arroz, comida essencial no prato dos brasileiros

O ex-presidente Lula comentou no Twitter ontem (9) sobre a a alta no preço do arroz, que chega a ser vendido agora por R$ 42,99 em supermercados brasileiros. Lula condenou a preocupação do governo Jair Bolsonaro com os fazendeiros, que recebem subsídio para a exportação de alguns produtos, enquanto o povo não consegue adquirir os alimentos necessários para a sobrevivência.

"O povo não tá conseguindo comprar 1 kg de arroz. O preço não para de subir. Enquanto isso a prioridade do governo são os grandes fazendeiros que recebem subsídio para exportar soja e milho", escreveu.

Lula disse ainda lembrar de quando era presidente e ouvia relatos de queda no preço do arroz. "Sempre lembro da minha felicidade quando era presidente e alguém me falava que o preço do Tio João tinha baixado... 'Ô Lula, você viu que o arroz tá 8 reais?!'. Nossa como eu ficava feliz. O povo precisa ter dinheiro para comprar comida".

Alta no preço do arroz 

Registrando alta de 19,2% este ano, o arroz ajudou a elevar o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses a 2,44%. Em agosto, a inflação aumentou (0,24%) pelo terceiro mês seguido, com o maior patamar verificado para o período desde 2016. Outros produtos da cesta básica, a exemplo do óleo (18,6%), leite (15,3%) e feijão (12,1%), fazem com que a conta seja ainda mais salgada para quem depende de salário mínimo ou programas sociais. Mas, por se tratar de um mantimento tradicional no prato dos brasileiros, o arroz é capaz de resumir os fatores que levaram ao cenário de inflação dos alimentos durante a pandemia.

Em 12 meses, o produto acumula alta de quase 100%. Num país traumatizado com os anos de hiperinflação até 1994, qualquer menção à alta de preços faz soar alertas, seja para o orçamento das famílias, como para o Governo, que precisa tourear a situação. Supermercados de capitais como Belo Horizonte, que no meio do ano passado vendiam o saco de cinco quilos de arroz por $15, hoje cobram até $40 pelo pacote.

O principal motivo para o avanço dos preços nas prateleiras tem a ver com a escalada do dólar, que derrubou a cotação do real em 30% no primeiro semestre, e com o aumento das exportações de arroz. As vendas ao exterior cresceram aproximadamente 300% desde o início da pandemia, ao passo que as importações do produto, que vinham subindo até o início do ano, caíram mais de 60%. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o índice mundial de preços de alimentos chegou a 96 pontos, indicando um fenômeno global na disputa por itens da cesta básica.

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