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Nordeste pode ter explosão de covid com variantes

Alguns estados já sentem uma nova explosão de casos, com crescimento mais rápido que na primeira onda, motivada pelas novas cepas

Foto: Secretaria de Saúde do CEUTI Covid- Ceará
UTI Covid- Ceará

Os governos de estados do Nordeste passaram a montar estratégias com a perspectiva de aumento rápido de registros de covid-19 nas próximas semanas. A preocupação também aumenta com a constatação da circulação de novas variantes.

Muitas localidades começaram a apresentar tendência de alta em casos e internações, o que fez acender de vez o sinal de alerta, gerando medidas como toque de recolher e lançamento de edital para um novo hospital.

Desde novembro, nenhum estado do Nordeste enfrentou números de óbitos similares aos da primeira onda. Esse cenário mais suave fez com que a região alcançasse a menor taxa de mortalidade do país no final de janeiro.

O Sul, que antes ocupava esse lugar, registra 98 mortes por 100 mil habitantes, enquanto o Nordeste tem 95 óbitos a cada 100 mil habitantes. O Norte lidera com 138 por 100 mil. A média nacional é de 116 a cada 100 mil pessoas. Alguns estados, porém, já sentem uma nova explosão de casos, com crescimento mais rápido que na primeira onda, motivada pelas novas cepas.

Na quarta-feira, a Bahia confirmou a transmissão comunitária da variante do Reino Unido. O estado apresenta um aumento significativo no número diário de mortes. No dia 30 de janeiro, a média móvel por 14 dias era de 32,3. Agora está em 52,8. Somente ontem foram 67 mortes —o maior número do ano. Um toque de recolher está em vigor das 22h às 5h.

Mais estados acham variantes

Alagoas também anunciou ontem seus dois primeiros casos da variante P.1. Um deles não tem histórico de viagem ou contato com pessoas que passaram pelo Amazonas. "Isso indica que essa variante do coronavírus já circula aqui", afirma o secretário estadual da Saúde, Alexandre Ayres. Ainda não foram adotadas medidas mais rígidas porque a ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está em 62% do total.

No dia 10, a Paraíba também confirmou a circulação da nova variante após exame em amostras de três pacientes. No Maranhão, onde a variante brasileira P.1 também já deve circular, também há uma tendência de alta de mortes nos últimos dias, com a média quase dobrando em uma semana. A ocupação de leitos de UTI chega a 82% em São Luís e 87% em Imperatriz.

Em Pernambuco, há dois casos confirmados da nova variante P.1 de pacientes vindo de Manaus. O crescimento de casos e óbitos ainda é lento, mas a ocupação de leitos de UTI chegou ontem a 85% do total, de 995 vagas.

O governo prorrogou por mais 30 dias a proibição de shows e festas, além da adoção de medidas de afastamento social dentro de bares e restaurantes.

Rigidez no Ceará

Primeiro estado a ter pico de covid-19 na primeira onda na região, o Ceará também endureceu as medidas nesta semana e decretou toque de recolher das 22h às 5h, que vale a partir de hoje. Escolas e universidades também tiveram aulas presenciais suspensas.

O sinal de alerta da circulação de novas variantes —e crescente da transmissão do vírus— é a procura por serviços de saúde. A média de ocupação de leitos de UTI para adultos bateu em 90%, maior índice desde a passagem do pico.

Em Fortaleza, a busca pelas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) chegou a níveis inéditos. O recorde de 12.265 atendimentos em um mês havia ocorrido em abril de 2020 —ou 408 por dia. Em fevereiro, somente até o dia 15, foram 10.909 casos suspeitos —ou 727 por dia.

Com informações do UOL

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