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Lula recebe em Brasília 32 brasileiros repatriados

Lula ressaltou que irá fazer todo o esforço da diplomacia para resgatar todos os brasileiros e seus parentes que ainda estão na Faixa de Gaza

Foto: Ricardo StuckedLula recebe repatriados
Lula recebe repatriados

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu pessoalmente boas-vindas aos 32 brasileiros e parentes repatriados da Faixa de Gaza, que chegaram nesta segunda-feira (13) à Base Aérea de Brasília. 

Ao lado de Celso Amorim, Silvio Almeida, Mauro Vieira, Flávio Dino e Janja, o presidente brasileiro cumprimentou todos que desceram as escadas colocadas ao lado da aeronave. Em coletiva de imprensa no local, Lula ressaltou que o governo irá fazer todo o esforço da diplomacia para resgatar todos os brasileiros e seus parentes que ainda estão na Faixa de Gaza: “O governo vai cuidar e tentar trazer, seja brasileiro ou parente de brasileiro”.

“Eu já vi muita violência, mas eu nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana, contra inocentes. Se o Hamas fez o que fez, Israel comete o mesmo terrorismo. Crianças e mulheres não estão em guerra. Completa destruição de tudo com uma simples bomba, sem ninguém assumir responsabilidade. Que vocês tenham algum dia a liberdade de reconstuir seu país, como os judeus tiveram”, acrescentou Lula, dirigindo-se aos repatriados.

Hasan Habee, um dos repatriados, falou em nome do grupo, agradecendo o presidente Lula pelo resgate e relatando detalhes do horror que passaram, encurralados na zona de guerra: “passamos fome e sentimos muito medo, o tempo todo, com as bombas israelenses. O que está acontecendo lá é um verdadeiro massacre”. 

Foto: twitterConib
Conib

Conib ataca Lula após presidente condenar o terrorismo de Israel

Após o recente discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenando veementemente os bombardeios terroristas de Israel contra civis, especialmente mulheres e crianças, na Faixa de Gaza, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu um comunicado enfático nesta segunda-feira (13) atacando as declarações do líder brasileiro.

Em uma declaração postada por meio de suas redes sociais, a Conib expressou forte desacordo com as afirmações de Lula. O presidente equiparou as ações de Israel ao grupo Hamas, uma analogia considerada "equivocada e perigosa" pela entidade. A Confederação alega que "desde o começo dessa trágica guerra, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques". 

Tal afirmação, no entanto, já foi desmentida até mesmo pelos brasileiros que estavam presos em Gaza há poucos dias - eles afirmavam que, em determinadas ocasiões, havia bombardeios em locais diferentes dos informados por Israel. Além disso, o país comandado por Benjamin Netanyahu já bombardeou hospitais, escolas e campos de refugiados com civis dentro. 

A Conib prosseguiu dizendo que a estratégia do Hamas consiste em "se esconder atrás de civis palestinos, utilizando suas mortes como parte de suas táticas". A entidade ressaltou que falas como a do presidente da República podem estimular "uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender a rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil".

Tal aspa tem como referência a Operação Trapiche da Polícia Federal, que foi articulada pelo próprio Mossad (agência de inteligência nacional de Israel), o qual alega que há brasileiros em contato com o grupo Hezbollah, do Líbano, para promover terrorismo no Brasil. Vale lembrar que o último suposto terrorista preso em operação Mossad-PF teria, na verdade, sido "recrutado" para show de pagode no Líbano, de acordo com seu depoimento à PF.

O texto da Conib se encerra afirmando que "a comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades e uma atuação serena, que não importe ao Brasil o terrível conflito no Oriente Médio".

Em declaração durante a assinatura da nova Lei de Cotas hoje, Lula enfatizou a desproporcionalidade dos ataques israelenses, chamando atenção para o elevado número de mulheres e crianças mortas e desaparecidas, algo que, segundo o presidente, não tem precedentes.

Essa posição do presidente brasileiro ocorre em meio à escalada de um conflito de longa data entre Israel e o grupo Hamas. Os ataques iniciados pelo Hamas em outubro foram respondidos brutalmente por Israel com intensos ataques retaliatórios, resultando em uma violência que ceifou a vida de mais de 11 mil pessoas, incluindo um alto número de crianças palestinas.

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