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Joseildo dará um abraço e um "cheiro" na mãe, daqui a 21 dias, ao tomar a 2ª dose da vacina

Joseildo foi a primeira pessoa a ser cavinada em Campina Grande

Foto: DivulgaçãoJoseildo e a mãe
Joseildo e a mãe

Joseildo passou muita vontade de dar um abraço ou um "cheiro" na mãe, mas ele sabia ser impossível.

Por causa do coronavírus e por não ter dinheiro para alugar um quarto, o técnico em enfermagem passou a dormir no terraço da casa, logo no início da pandemia, revezando entre um colchão no chão gelado e uma rede. Era medo de contagiar a mãe, de 74 anos, asmática, com pressão alta e, convalescente de um infarto.

Foto: DivulgaçãoLocal onde Joseildo dormiu
Local onde Joseildo dormiu

 

Com a chegada da vacina, Joseildo foi a primeira pessoa a receber a primeira dose do imunizante contra a covid-19 em Campina Grande, município da Paraíba.

"Quando soube que poderia transmitir para ela, pensei: 'para onde eu vou?' Com o salário que a gente ganha, não dá para alugar um quartinho. Eu não quero, casa, hotel, só quero um quarto para poder ficar tranquilo e exercer minha profissão sem medo de machucar a minha mãe, meu bem maior", disse ele na época.

Joseildo da Silva Batista, de 33 anos, trabalha numa UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Pelo trabalho recebe o salário mínimo.

Usa o dinheiro para pagar pensão para o filho de sete anos e ajudar a mãe em casa, onde moram também duas irmãs e duas sobrinhas. Antes, ele, a mãe e uma irmã dormiam no mesmo quarto, por falta de espaço na casa.

Ao dormir no terraço, diz que passou um pouco de frio - Campina Grande fica numa serra.

A Secretaria de Saúde de Campina Grande informou, que disponibilizou hospedagem para profissionais de saúde que precisaram ficar isolados de familiares, incluindo Joseildo, em um hotel da cidade.

Daqui 21 dias, ele será chamado novamente para receber a segunda dose da vacina.

Foto: Prefeitura de CGJoseildo é vacinado
Joseildo é vacinado

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