Pensar Piauí

João Henrique desiste de candidatura ao Governo

João Henrique desiste de candidatura ao Governo

O ex-ministro João Henrique Sousa anunciou a sua desistência à candidatura ao Governo do Piauí. Quem faz a análise é o jornalista Oscar de Barros, no portal 180 graus:
MDB: teu nome é chantagem
João Henrique Sousa, emedebista da gema, vinha desde o ano passado percorrendo o Piauí e pregando uma candidatura própria do MDB nas eleições deste ano. Só agora em 2018 visitou mais de 120 cidades do Piauí. Segundo suas próprias projeções sairia vencedor da convenção partidária e seria o candidato do MDB à sucessão de Wellington Dias.
Acontece que o MDB é um partido forjado nas benesses governamentais. Vive disso e para isso. MDB na oposição respira por aparelhos. No caso especifico do Piauí, além destas características nacionais do Partido, algumas figuras locais tem uma proximidade pessoal com Wellington Dias, entre elas Marcelo Castro, Kleber Eulálio (hoje sem partido porque Conselheiro de Contas indicado por ninguém menos que Wellington Dias), Themistocles Filho, Warton Santos.
Segundo declarações do próprio João Henrique Sousa, o presidente do Diretório Estadual do MDB, deputado Marcelo Castro o havia alertado (chantageado) recentemente: precisava abandonar a estratégia da candidatura própria, sob pena de ver os deputados emedebistas abandonarem o Partido. Como essa advertência (chantagem) aconteceu numa conversa particular entre ambos, João Henrique não se manifestou.
Antes de ontem, porém, o deputado João Madson foi à TV e publicizou a vontade (chantagem) dos deputados reafirmando na TV o que Marcelo Castro havia dito em particular a João Henrique. Em consequência, ontem, João Henrique desistiu da disputa convencional e não colocará mais seu nome para o governo estadual.
Mas as chantagens não param por aí.
Este início de 2018 é o momento de formação das chapas que vão disputar o pleito deste ano. Na chapa encabeçada pelo petista Wellington Dias, a menina dos olhos é o lugar da vice-governança. Ganhando a eleição em 2018, Wellington Dias muito provavelmente deixará o governo no início de 2022 para disputar uma cadeira no Senado. Seu vice assumirá o governo e poderá disputar a eleição na condição de governador.
Hoje, quem ocupa (e quer continuar) a vice-governadoria, com Margarete Coelho, é o Progressista. O MDB requer a vaga de vice para Themistocles Filho e existe outros pretendentes ao posto como o PTB – por exemplo.
No fim de 2017, Themistocles Filho vinha forte para ocupar a vaga. Mas seu nome foi perdendo força agora em 2018. Perdendo força e com a possibilidade de uma candidatura própria, dificilmente o MDB emplacaria o vice de Wellington Dias. O que fazer então?
Fazer (chantagear) o candidato João Henrique desistir.
Mostrar (chantagear) a Wellington Dias que o MDB não está mais dividido e com isso “merece” a vice-governadoria.
Desta segunda parte (segunda chantagem) até o chantageado João Henrique participou (chantageou). Em suas declarações ontem à imprensa ele deixava claro que havia desistido da candidatura por um MDB forte. Um MDB que não perderia deputados e que teria um cargo de vice-governador na chapa do petista Wellington Dias.
Lá vem pressão (chantagem) para cima de Wellington Dias.

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