Corpos, corpos e mais corpos por toda a parte: a tragédia na Líbia. IMAGENS FORTES
Os mortos podem chegar a 40 mil

FÓRUM - As imagens falam por si e são inacreditáveis. Uma dramática busca pelo reconhecimento em Berna, na Líbia, mostra uma quantidade enorme de corpos espalhados pelas ruas. Segundo Hichem Abu Chkiouat, o ministro da Aviação Civil do país, já passam de 5.300 o número de mortos na tempestade Daniel. "O mar despeja constantemente dezenas de corpos", afirmou.
🇱🇾 | URGENTE: El mar arroja cadáveres en la costa después de que las inundaciones en Libia los arrastrara al mar.
— Alerta Mundial (@AlertaMundial2) September 13, 2023
- 6.872 muertos.
- 10.000 desaparecidos.
- 30.000 desplazados. pic.twitter.com/Si54pFqAig
Cerca de dez mil pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com estimativas da Cruz Vermelha Internacional. Médicos e funcionários do governo local afirmam que a tragédia é muito maior do que se imaginava. "O número [de mortes] poderá duplicar porque milhares ainda estão desaparecidos." Os mortos podem chegar a 40 mil.
Até a manhã de quarta-feira (13), mais de dois mil corpos haviam sido encontrados, metade deles foram enterrados em valas comuns.
Chkiouat disse ainda que 25% da cidade "desapareceu" na enxurrada. Pelo menos 400 estrangeiros, principalmente sudaneses e egípcios, estão entre as vítimas. Em todas as partes do mundo, crescem as perguntas sobre como a cidade pôde ser devastada desta maneira no final de semana pela tempestade Daniel.
Em certos bairros, chegaram a morrer 30 pessoas da mesma família. Algumas áreas receberam instruções para tirar os moradores de casa, mas muitos não obedeceram.
TRAGÉDIA NA LÍBIA
— geopol.pt (@GeopolPt) September 13, 2023
🇱🇾 Os números da tragédia do ciclone Daniel não param de aumentar. Até o momemto foram registados pelo menos:
➡️ 6.872 mortos.
➡️ 10.000 desaparecidos.
➡️ 30.000 desalojados. pic.twitter.com/49TfX2NmOH
Mudanças climáticas
A tempestade é mais um alerta das mudanças climáticas. As altas temperaturas no Mediterrâneo alimentam chuvas cada vez mais intensas, alternadas com períodos cada vez mais longos de seca. O fenômeno contribui para a impermeabilização de um solo já naturalmente seco. Os solos impermeabilizados não absorvem água.
É angustiante presenciar a devastação causada pelas enchentes na Líbia. Isso é mais uma evidência incontestável das mudanças climáticas que a humanidade vem acelerando. É lamentável que, mesmo diante de tantas evidências, ainda haja pessoas que negam essa realidade. pic.twitter.com/tq8K7vqPPO
— FlavioRRmartins (@FlavioRRmartins) September 13, 2023
Ajuda internacional
O ministro Chkiouat voltou a pedir ajuda à comunidade internacional, enfatizando que o país não está preparado para lidar com uma crise do tipo.
Os governos do Egito, do Qatar e da Turquia já enviaram ajuda à Líbia. O Kuwait, a Palestina e a Argélia auxiliam nas buscas. Outros países prometeram auxílio. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que está enviando fundos de emergência para organizações de ajuda humanitária.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Defesa da Itália disse que enviaria dois aviões com bombeiros e outras equipes especializadas em resgate. Já o governo britânico prometeu um pacote de ajuda inicial no valor de 1 milhão de libras (R$ 6,1 milhões).
Em nota, o Itamaraty disse que "o governo brasileiro lamenta a destruição provocada pelas tempestades e transmite suas mais sinceras condolências ao povo líbio".
"Catástrofe sem precedentes"
O premiê líbio, Abdulhamid al-Dbeibah, baseado em Trípoli, descreveu as inundações como uma "catástrofe sem precedentes". O governo não controla as áreas orientais do país, mais atingidas pelas inundações, mas já havia anunciado três dias de luto, além do envio de suprimentos e médicos.
A Líbia vive instabilidade política desde o levante apoiado pela Otan, a aliança militar ocidental, em 2011, que levou no mesmo ano à morte do ditador Muammar Gaddafi, na esteira da Primavera Árabe. A ação deu início a disputas entre milícias rivais. Os tumultos reduziram a produção de petróleo, principal riqueza nacional, e criaram regiões de refúgio para grupos extremistas como o Estado Islâmico.
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