Cultura

Homenagem a Ney e aclamação a Eduardo Dussek

Foi ontem no programa Altas Horas


Foto: Montagem pensarpiauiEduardo Dussek
Eduardo Dussek

Ontem, Serginho Groisman, apresentador do programa Altas Horas, fez uma grande e justa homenagem ao cantor pop Ney Matogrosso. Um lindo programa com convidados de qualidade. Mas quem chamou mesmo a atenção foi o também cantor Eduardo Dusek. Atualmente, acometido com a doença de Parkinson ele cantou auxiliado por uma cadeira de rodas, tirou onda da doença, emocionou a todos tratando tudo com com humor e dignidade.

Eduardo Gabor Dusek, é carioca e nasceu em 1 de janeiro de 1954

É filho de mãe húngara e pai tcheco. Quando a família de artistas se viu em dificuldades financeiras, os pais e os quatro filhos (Eduardo, Vera, Marcelo e André) se mudaram para um sobrado modesto no Alto da Boa Vista. Começou a tocar piano por influência do pai, Milan, e compôs sua primeira marchinha aos 9 anos — “Baianinha”, inspirada em Carmen Miranda.

Começou a carreira artística como pianista de peças de teatro aos quinze anos, quando estudava na Escola Nacional de Música. Em 1973, ele foi escalado como pianista na peça “Desgraças de uma criança”, que trazia no elenco Marieta Severo, Marco Nanini e Wolf Maia. No ano seguinte, passou a se apresentar em shows-solo com o nome artístico Duardo Dusek. Mais tarde, passou a compor suas próprias canções e montou uma banda, que acabou apadrinhada por Gilberto Gil.

No final de 1977, entrou nos estúdios da RCA Victor com Nelson Motta para gravar um compacto, que teve no lado A “Não tem perigo” (Dussek / Cássio Ferrer) e no lado B “Apelo da raça” (Dussek / Luiz Antônio de Cássio).

A partir de 1978, já tinha algumas composições gravadas por nomes de peso da MPB, como As Frenéticas (o samba "Vesúvio"), Ney Matogrosso (o fox "Seu Tipo") e Maria Alcina (o frevo "Folia no Matagal", dois anos depois regravada por Ney Matogrosso) - todas em parceria com Luiz Carlos Góes.

Suas composições buscavam aliar sátira e bom humor. Em 1980, participou do festival MPB Shell da Rede Globo cantando apenas de cueca a debochada canção "Nostradamus", que não se classificou mas ficou conhecida pelo público. Nessa época, gravou o primeiro LP, Olhar Brasileiro. Mas o sucesso viria em 1982, quando flertou com o ainda incipiente pop rock, no LP Cantando no Banheiro, com "Barrados no Baile" (com Luiz Carlos Góes), "Cabelos Negros" (Com Luiz Antonio de Cássio) e "Rock da Cachorra" (Léo Jaime).

Dois anos depois, notabilizou-se com o LP Brega Chique, cuja faixa-título, mais conhecida como "Doméstica", fazia uma sátira social, bem no clima do teatro besteirol da época. Com o grande sucesso, foi uma das atrações do primeiro Rock in Rio, em 1985.

Em 1986, lançou Dusek Na Sua, com "Aventura" e "Eu Velejava em Você", uma das mais tocantes músicas da MPB, depois regravada por Zizi Possi.

Em 1989, voltou à cena com o musical Loja de Horrores, em que atuava no papel de dentista.

Em 1994, voltou às rádios com “Happy Hour”, que entrou na trilha da novela A Próxima Vítima, da TV Globo.

Nos anos 1990, afastado da função de cantor, interpretou o personagem Capitão-Mor Gonçalo na novela Xica da Silva, da extinta Rede Manchete. Atuou como diretor de espetáculos e, no fim da década, voltou a apresentar alguns trabalhos como humorista e cantor, um deles sobre Carmen Miranda.

Em 2000, por questões de numerologia e também com o objetivo de provocar a pronúncia correta de seu nome, passou a atuar com o nome artístico de Eduardo Dussek, adicionando mais um "s" ao seu sobrenome.

Em 2015, revelou que sofre do mal de Parkinson. No mesmo ano, interpretou o playboy falido Armandinho na novela I Love Paraisópolis, da TV Globo.

Nos últimos anos, passou a se dedicar à pintura.

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