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Grupo de bolsonaristas ataca palestra virtual da Uespi

O alvo do grupo eram professores e alunos que participavam do ciclo de debates intitulado "Anticomunismo Brasileiro: passado e presente"

Foto: Reprodução/Redes SociaisUm grupo de pelo menos 15 pessoas - a maioria perfis falsos - invadiu a palestra realizada por professores do curso de História da Universidade Estadual do Piauí (Uespi)
Um grupo de pelo menos 15 pessoas - a maioria perfis falsos - invadiu a palestra realizada por professores do curso de História da Universidade Estadual do Piauí (Uespi)

Com informações Cidade Verde

Um grupo de pelo menos 15 pessoas - a maioria perfis falsos - invadiu a palestra realizada por professores do curso de História da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus Oeiras, na noite na última quarta-feira (23). 

Um dia após o crime, invasores fizeram novo ataque a palestra virtual. Dessavez foi no curso de História da Universidade Estadual do Piauí, do campus de Floriano.

A professora Débora Strieder, uma das coordenadoras do ciclo de palestra, disse que os ataques tinham uma clara conotação política. "Eles defendiam o governo do presidente Jair Bolsonaro e diziam que atividade desse tipo não iam acontecer e que eles iriam voltar, mesmo sendo excluídos", afirmou.

Pelo menos 15 pessoas participaram do ataques. Durante o ataque, integrantes do grupo prometiam invadir outras salas. 

A coordenação do curso de História da Uespi tentou acionar à Polícia Civil logo após o ataque, mas não conseguiu registrar o boletim de ocorrência para identificar os invasores da palestra em Oeiras. Durante o tumulto, professores e alunos conseguiram printar imagens que identificam pelo pelos dois perfis de pessoas que faziam os ataques. Ao serem identificados, os suspeitos podem ser indiciados por crimes cibernéticos ou a honra.

A professora do curso de História da Uespi/Oeiras, Gabriela Berthou, explica que até neste sábado (26) não conseguiu registrar o boletim de ocorrência sobre o ocorrido, pois, segundo a professora, a equipe da delegacia relatou dificuldade de enquadramento da denúncia. Diante da ausência do delegado, a professora retornará na próxima semana. "Um dos pontos levantados na delegacia é que não se tratava de uma invasão da sala do Google Meet, pois o acesso das pessoas que proferiram os insultos, projetaram os vídeos com conteúdo pornográfico e imagens do atual presidente Jair Bolsonaro, entraram na sala através do link divulgado por nós mesmos no cartaz do evento e nas redes sociais".

Diante dessa situação, a professora comenta que os organizadores do evento utilizaram o Google Meet em todas as atividades do "I Ciclo de palestras", incluindo o procedimento de enviar link divulgando o evento para participação de pessoas interessadas. "Consideramos fundamental uma divulgação ampla para que todos os interessados possam participar dos debates, tendo em vista que o projeto é desenvolvido numa universidade pública que deve ter as portas sempre abertas para a comunidade externa". 

O diretor do campus de Oeiras, Harlon de Lacerda Sousa, destacou que o ciclo faz parte de projeto de extensão para envolver professores e alunos de vários estados, devido a pandemia. "É inadmissível. A universidade é um lugar de debate, seja qual tema for, e o grupo chega a usar de violência para cercear o debate", disse o diretor.

Ataques

O alvo dos criminosos eram professores e alunos que participavam do ciclo de debates intitulado "Anticomunismo Brasileiro: passado e presente".

Segundo os participantes, o grupo exibia imagens e gritava o nome do presidente Jair Bolsonaro, mostrava cenas pornográficas e ofendia professores e alunos e de forma pejorativa gritando "bando de veados", "veadinhos". 


 

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